sexta-feira, 11 de março de 2016


Ouvir e escutar

        Ouvir é renunciar, ser humilde, aberto às informações que nos chegam do exterior. Ouvir todos ouvem, mas escutar poucos escutam.
Nos dicionários clássicos ouvir e escutar são sinônimos de uma mesma atividade da realidade que nos cerca. Porém, ouvir é o processo em que recebemos a mensagem através do aparelho auditivo e a decodificamos em função do nosso condicionamento. Portanto, quando ouvimos alguém ou alguma coisa, estamos ouvindo o “ruído” dos nossos próprios pensamentos.
São em grande número as pessoas que só ouvem a si próprias tal é o grau de condicionamento atingido. Existem muitas pessoa que raramente ouvem as outras. São criaturas cheias de opiniões, crenças, conceitos e que tem sempre uma interpretação dos fatos no “sicrano disse”, ! beltrano afirmou”. São pessoas cristalizadas, opacas, que perderam a capacidade de escutar.
Escutar é ouvir de mente aberta, com humildade, sem espírito preconcebido. É ouvir  o ruído do vento, das ondas, o canto dos pássaros, sentindo a sua mensagem no fundo do ser.
Escutar é compreender as coisas como elas são em sua natureza. É a primeira condição para que o processo de comunicação se estabeleça. É a arte de que permite ao ser humano compreender, pela primeira vez os filhos, esposa, o mundo enfim.
Para se conseguir realmente escutar é indispensável uma “atenção total” dos fatos, atenção essa que não requer esforços, impedimentos ou barreiras, da qual resultará a comunhão do observador com a coisa observada. Comunhão é a comunicação total, na qual o emissor e o receptor vibram em uníssono. Portanto,  comunicação é ressonância.
Quando não há ressonância a comunicação processa-se apenas na  superfície, no plano da forma das palavras! Conclui-se que o espaço acústico é uma enorme porta aberta diante de nós, que nos permite encontrar a realidade.
É imensa a atividade do ser humano no campo dos sons. Pesquisas feitas demonstram que, durante a nossa vigília, 42% do tempo estamos ouvindo, 25 % do tempo falando, 18 % escrevendo e 15 % lendo!
Nossa vida tem, portanto, uma grande dimensão auditiva. Pelos ouvidos entram constantemente uma série de vantagens em relação aos outros.
O bom ouvinte é raro, pois em geral, não ouvimos a não ser os nossos próprios pensamentos. Recomendações básicas para ouvir melhor incluem a fuga das distrações e uma constante atenção a quem fala.
O interesse tem que ser estimulado convencendo-nos de que com o treinamento podemos melhorar sempre.
                                                             Autor desconhecido