quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Paz! Sonho de Deus


Bom dia, 2011!
Seja muito bem-vindo!
Nós o acolhemos com grande alegria porque você vem esparramando efusivamente as bênçãos da parte do Senhor!
Você chega trazendo surpresas, novas oportunidades, novas chances, alimentando novas esperanças para cada um, cada uma de nós.
“Recomeçar! Eis a palavra que deve animar o meu dia”!
Cada manhã, é um novo recomeço... é um novo “presente” do Criador, alertando-me a abrir os olhos, a estar”vigilante”, a prestar atenção a cada detalhe que vislumbra à minha frente: as cores do céu, o brilho do sol, o verde das matas, a variedade e os cantos dos pássaros, os animais, a imensidão do mar com todas as suas maravilhas e ondas revoltas, os rios com suas águas cristalinas, ou poluídas, o colorido das flores mais variadas, etc.
Tudo isso, para despertar em mim a “sensibilidade” tão ausente em nosso convívio humano. É necessário deixar-me tocar em meu núcleo mais profundo, na minha rigidez, na minha centralidade negativa, alargar os meus pobres horizontes, a fim de vislumbrar e fazer acontecer a PAZ, o Sonho de Deus para nós... Para o mundo. É bom lembrar:
Eu não sou centro do Universo, eu dependo de um “Alguém” que muito me amou e me chamou a fazer parte da grande FESTA DA VIDA e como tal, eu preciso fazer a minha parte, contribuir para a construção da PAZ desejada por Deus, nosso Criador.
A convivência é difícil... Não é preciso ir longe ao Irã ou Iraque, no nosso dia-a-dia, na nossa família, no nosso trabalho, cada um, cada uma de nós se encontra equipado/a, para a defesa. Basta uma palavra, um pequeno toque e a auto-suficiência, a raiva, a agressividade afloram e logo vem o troco armazenado ao longo
do tempo... É difícil aceitar uma falha, um confronto, uma pequena advertência, correção ou modo de ver e pensar diferente.
Vamos recomeçar! Vamos fazer a nossa parte! Não pense demais no ontem, ele já passou e não retorna mais; não pense demais no amanhã, ele ainda não chegou, está no pensamento de Deus. Viva plenamente o “hoje” de Deus. “ Este é o dia que o Senhor fez para mim”.
Ninguém nos impede de sermos felizes e fazer os outros felizes. Mas para isso, depende de cada um de nós, depende de mim, eu preciso começar... fazer a minha parte. Assim construindo a PAZ, estarei fazendo acontecer a Festa perene – isto é:
A REALIZAÇÃO DO SONHO DE DEUS PARA NÓS!

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Luz brilha nas trevas


Dir. : - Como irmãos, filhos do mesmo Pai, marcados com o selo do Amor, iniciamos a nossa celebração em nome da Trindade Santa, cantando: - Em nome do Pai ....
Chegamos ao final de mais um ano que leva em seu bojo um bom pedaço do tempo e de vida de cada um de nós ... Olhando para trás podemos constatar: a caminhada foi longa... nossos dias foram mesclados de alegrias e lutas, dificuldades e sofrimentos, incertezas e angústias, anseios e esperanças, ... mas estamos aqui... Vencemos! ... Muita coisa se fez, muita experiência ficou ...

(Acolher o Menino Jesus - Uma pessoa entra com o círio e outra com o Menino Jesus. Escurecer a sala de preferência. Cantar a 1ª estrofe de Noite Feliz) .

1.: Por este mesmo caminho, não à margem, nem por cima, nem nos barrancos, andando como os outros, com as mesmas vestes e a mesma linguagem, sem triunfos e sem glórias, sem nada ... Um dia entrou no mundo o Salvador..

2.: O Salvador entrou e andou. Andou muito. Não para tirar o homem da estrada, mas para fazer com ele a caminhada ... Jornada dura, para o ser humano ser livre, para o ser humano viver.

Dir.: Celebrar o Natal é festejar o encontro de Deus com a pessoa humana. Cristo é o EMANUEL, o “Deus conosco”, sem deixar de ser Deus, Ele vem e estabelece aqui a sua morada.
Todos : - Em vossa luz, contemplamos a luz. ( Acender as luzes )
Dir.: - “A luz brilha nas trevas” e o ser humano se encontra face a face com Deus. Vale a pena ser humano! Deus quis ser um deles, Ele quis ser nosso irmão !

Canto: - Deixa a luz do céu entrar ...
1.: - Neste Advento, somos convidados/as a despertar em nós, o verdadeiro sentido do Natal: a visita de Deus.
2: - A conversão torna-se urgente diante da iminente vinda de Deus. Precisamos preparar o Caminho.
Dir.: - João Batista é a voz que não se cala. Grita ... Clama ... “Preparai os caminhos do Senhor.
Todo o vale seja aterrado, as montanhas e colinas sejam abaixadas” ...
Todos : A Luz brilha nas trevas e o ser humano se encontra face a face com Deus.
1.: Deixe a luz do céu entrar. Abra bem as portas do seu coração, neste Natal ...Cristo é a resposta a todos aqueles/as que O buscam de coração sincero, vazio, humilde.
2.: Cristo não tem resposta para dar às pessoas empinadas de orgulho, cobiça, ganância, egoísmo. auto-suficiência ...
Dir.: O importante, neste Natal, não é percorrer longas estradas para ver o presépio de Cristo.
O importante é descobrir este Cristo vivo em você e no coração de cada irmão/ã.
Quem é Cristo em sua vida? Que lugar Ele ocupa em seu coração ?
Todos: - Enviai sobre mim, Senhor, a vossa Luz e a vossa Verdade que elas me indiquem o caminho!
Dir.: Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da Luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
1. -Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da Luz.
2. - O Verbo era a verdadeira Luz; estava no mundo e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu.
Todos : - Ele veio para o que era seu, mas os seus não O receberam ! ...
Dir.: - E eu, até que ponto O recebi ? Sou testemunha da luz ? Ele encontra um espaço em meu coração?... Eu, você, nós todos precisamos ser luz em nossos caminhos...
Todos : Envia, Senhor, vossa luz e vossa verdade, que elas me indiquem o caminho.
Dir.: - Conserve-se diante d’Ele, da Verdadeira Luz, por alguns instantes ... não é atitude que ultrapasse as nossas forças, nossa estrutura humana. É algo que podemos fazer sem espalhafatos.
- Conservar-se diante d’Ele é deixar que Ele penetre em nós, sem que a gente saiba como: é deixar que Ele nos transforme, nos modifique, tornando-nos pouco a pouco como JesusCristo.
Lado 1. – Natal ...
Dia de Luz, grande Luz,
pois, que a Luz fez-se dom para as trevas clarear,
Dia de amor,
pois, o AMOR por amor se doou e se fez pequenino
só porque nos amou.
LUZ e AMOR só por nós: para mim, para ti.
Lado 2. - Mas ...
A LUZ quer mais luz, o AMOR mais amor.
E então ?
Então ... tu luz deves ser
tu amor deves ter
pois, há alguém, muito alguém ...
que quer luz ... quer amor ...
quer o Deus feito carne todo em ti,
vivo em ti o que quer ver.

Canto: - Hoje é dia

1.Hoje é dia da gente se encontrar
Hoje é dia da gente resolver.
O Senhor no mundo quer morar.
O que é que vamos responder.

É Natal! É Natal!
O Menino Jesus já nasceu.
É Nata! É Natal!
E no meio de nós quer viver...

2. Ele outrora não encontrou lugar,
A cidade não tinha mais pensão.
Não sabia que Ele vinha dar
Vi e paz, amor e Salvação!

3. Se o mundo é tão pequeno assim,
que não pode a Cristo hospedar.
Nossa vida é dimensão sem fim,
E é nela que Ele quer morar!...

Dir.: Feliz Natal para você, num encontro amigo com Cristo que veio trazer a paz!

Todos : - Glória a Deus nas alturas e paz na terra ao ser humano que ele ama.

Dir. : Cristo viva em seu coração e você se torne – neste Natal e sempre
- UM VERDADEIRO/A PORTADOR/A DE LUZ E DE PAZ! ...

Todos : Amém ! ( Cantado)

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um Rei diferente



Prepare sua “tenda” para o encontro com Jesus, Cristo Rei. Invoque a Trindade Santa... Peça ao Espírito Santo para que ele ilumine e conduza sua experiência de oração... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Acalme sua mente e seu coração.
Graça a pedir: - A exemplo de Jesus dar testemunho da verdade, vivendo com coerência os ensinamentos que Ele nos deixou.
Com os olhos da imaginação acompanhe Jesus colocado diante dos tribunais romanos e judeus. Cristo
não ataca ninguém e nem se defende. Diante de sua atitude sou convida(o) a não me preocupar tanto em procurar minha defesa.
Texto: Jo 18, 28 – 38. – Leia lentamente o texto como que saboreando cada palavra, permanecendo naquela palavra ou frase que mais tocou seu coração.
Diante de Pilatos o Senhor se encontra só. Em sua impotência e em seu silêncio, ele o Senhor do Universo, sabe manifestar sua autoridade.
Pilatos entre os mármores de seu palácio é um escravo. Sua palavra é apenas eco do que falam e opinam os outros.
Pilatos perguntou a Jesus: - És o Rei dos judeus?
Jesus respondeu: - Dizes isto de ti mesmo ou foram outros que to disseram de mim? Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? Que fizeste?
Jesus respondeu:
É o dizes. Eu sou rei; para isso nasci para isso vim ao mundo, para testemunhar a verdade. Quem está a favor da verdade escuta a minha voz. O título de Rei nos lábios de Jesus significa ser testemunho da verdade.
Ser testemunha da verdade é lutar pelo reinado de Jesus na sociedade, na nossa vida, na nossa família, no nosso trabalho, onde quer que estejamos; é lutar contra a falsidade, a hipocrisia, a difamação, a calúnia, a mentira.
Testemunhar a verdade é viver com coerência os ensinamentos de nosso Rei: Jesus Cristo!
Sendo Jesus o Rei de toda a criação e da história do ser humano, sua realeza é universal. O Reino de Jesus é de misericórdia, de bondade, de amor. É cheio de mansidão, é pacífico e derrama suas bênçãos sobre todas as pessoas.
Na oração do Pai-Nosso que o próprio Jesus nos ensinou, dizemos: “... Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade...”
A “liturgia do Reino” se opõe diametralmente da “liturgia do ego” santificado seja o meu nome, venha a mim o teu reino, seja feita a minha vontade...”
É uma oração de independência, centralizada no próprio “eu” buscando se exaltar, se enaltecer, se vangloriar dos próprios feitos.
Reserve um espaço na sua oração para rezar, refletir sobre o Pai-Nosso. Ao rezá-lo verdadeiramente é escolher o “reino da morte do ego”. Se pensássemos sinceramente no que rezamos nesta oração teríamos de calar a boca bem depressa.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso enfatizando a frase ”venha a nós o vosso Reino” e deixe que estas palavras encontrem acolhida no profundo der seu coração. Registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em sua oração..

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma prece Verdadeira



Prepare a “tenda” para estar com o Senhor. Respire lentamente algumas vezes... Aquiete sua mente e seu coração... Desligue-se de tudo... Este é o tempo seu e do Senhor unicamente... Crie um espaço vazio para permanecer com ele, para estar a sós com o Senhor num diálogo íntimo onde as demais criaturas não devem interferir.
Graça a pedir: - Um coração manso e humilde, que não se julga melhor do que ninguém, mas se faz irmão, se faz irmã, companheiro/a.
Texto: Lc 18, 9-14.
Lei atentamente o texto e permaneça na palavra, no versículo que mais toca seu coração, como que saboreando.
1. Com os olhos da imaginação acompanhemos: - dois homens sobem ao Templo para rezar... Um era fariseu e outro publicano. Naquela época, o povo era muito preconceituoso; para este povo, o publicano não prestava para nada e até mesmo não podia dirigir-se a Deus porque era considerado “impuro”, assim como os leprosos e outros personagens bíblicos.
Na parábola, o fariseu agradece a Deus por ser melhor do que os outros. Inflado em seu próprio orgulho, fazia de pé sua oração que nada mais é do que um elogio de si mesmo, uma auto-exaltação de si, de suas qualidades desprezando e comparando-se aos outros.
O publicano, pelo contrário, colocando-se no fundo do Templo, reconhecia seus limites e fraquezas, nem sequer levanta os olhos, bate no peito dizendo apenas: “Meu Deus tem dó de mim que sou um pecador”.

2. Diante da atitude de cada um, poderíamos até pensar que o fariseu voltou para casa justificado, afinal reconhece seus dons, suas qualidades, seu modo de proceder e louva ao Senhor por tudo o que tem. Entretanto não foi assim que aconteceu. Jesus pensa diferente. Quem voltou para casa justificado, foi o publicano pela sua postura, sua humildade, reconhecendo sua verdade e pelas boas relações com Deus.
O fariseu era presunçoso; colocava-se como o tal, achando até que suas orações eram mais interessantes para Deus. O orgulho é uma lâmina afiada que corta nossa humanidade e tira de nós a compaixão.

3. Converse com Jesus, que ele ilumine sua mente e seu coração para que você possa conhecer melhor a si mesmo/a; para perceber o ponto a ser trabalhado para que você possa crescer mais, melhorar suas relações consigo mesmo/a, com Deus, com o outro e com as coisas. Não se inflando de orgulho pelos seus feitos, pelos seus dons, não se vangloriando de seus sucessos, mas reconhecendo humildemente que se há algo de bom em si e no que faz, vem de Deus não para benefício próprio, e sim para ser colocado a serviço do outro, a serviço do Reino.
Depois deste encontro com o Senhor a ordem é: - retomar o caminho, voltar ao convívio dos irmãos, para sermos sinais vivos de sua presença.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Levanta-te e vai...


Preparando a “tenda”, isto é o coração para o encontro com o Senhor. Aquiete seu coração... respire lentamente algumas vezes... Imagine-se num deserto... imensidão... paz... silêncio... areia... ar quente... céu muito azul... o sol brilhando sobre as dunas... Ao deserto vai-se pobre e sozinho/a, deixa-se tudo, não se leva nem coisas, nem pessoas podem acompanhar-nos. Um deserto que é cheio de vida para quem traz a vida. Coloque-se diante do mistério de Deus. A única voz que devemos escutar é a que nos diz: “ Eu estou contigo”. Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Graça a pedir: - Aumento de fé, cura das enfermidades físicas e espirituais e um coração sensível, aberto e agradecido a tantos dons recebidos do Criador.
Texto: Lc 17, 11 – 19. Leia o texto bem devagar, como que saboreando cada palavra, cada frase.

1. Dez leprosos foram ao encontro de Jesus, pedindo a cura. Todos nós sabemos que a lepra é uma doença terrível. O fato de carcomer a pessoa destrói suas relações, levando-a ao isolamento, a distanciar-se do convívio das outras pessoas..
No tempo de Jesus a Lei prescrevia que o leproso era obrigado a afastar-se completamente de qualquer outro ser vivo; devia anunciar sua presença pavorosa fazendo soar um guizo ou campainha.
Esta lepra talvez fosse apenas o símbolo de outra lepra oculta, mais grave, mais universal e não ousamos reconhecer. Todos/as nós somos portadores dessa enfermidade.
Um dos indícios é a solidão; vamos nos isolando temos medo uns dos outros/as, ferimos, agredimos, com palavras ou atitudes, cobramos e destruímos.
Isto acontece nos negócios, nas repartições públicas, na Igreja, nos conventos, entre o clero e até na própria família. Cada um constrói suas trincheiras para defender-se da competição, de alguém que ultrapasse o seu interior. Somos necessitados/as, carentes de ser curados dessa lepra..Os leprosos do Evangelho são uma amostra da nossa sociedade.

2. Os dez leprosos carentes de tudo lembraram-se de Jesus e buscam com ele a cura e gritam: - Jesus, Mestre, tem compaixão de mim. Ao ouvirem a orientação de Jesus para que fossem apresentar-se ao sacerdote, ficam desiludidos porque o Senhor não realiza com eles o milagre; entretanto, pelo caminho se deram conta de que seus membros recuperavam a vida, seus dedos retorcidos voltavam a estirar-se e sua pele retomava a cor. Você confia verdadeiramente que Jesus pode curá-lo/a de suas enfermidades? Peça com muita fé.
3. Um só voltou para agradecer...
Este não havia aprendido na lei; o Evangelho nos diz que era um “samaritano”, alguém que já trazia a marca do preconceito. Talvez tenha sido o único a ser realmente curado, porque compreendeu o que é a “gratidão”, seu coração ressecado pela lepra interior perdeu suas “crostas” e a vida renasceu.
Em um mundo de competição, de concorrências, de mercado, de medidas precisas, de eficiência, torna-se difícil conservar o sentido do dom e o valor do gratuito. Falta-nos hoje o canto do agradecimento. É necessário limpar os próprios olhos e reconhecer o que é dádiva do Criador: a vida, a fé, os bens da terra, a amizade e muitas outras coisas.
“ E os outros nove, onde estão?” eles não sabiam agradecer.Só aquele que transita por esta vida com um sentimento de verdadeiro agradecimento olha os demais com olhos limpos; não se sente agredido e não julga necessário agredir os outros para triunfar; pode sentir-se verdadeiro filho de Deus e tratar como seu irmãos toda a pessoa que dele se aproxima. Aproveite para se aproximar do outro com os olhos limpos e coração aberto, capaz de reconhecer a gratuidade do Senhor através de tantos e tantos dons.
Quem sabe a nossa fé continua um pouco infantil, subnutrida... E nossa confiança em Deus pode e deve crescer, ficar mais adulta. Jesus diz:
“Levanta-te e vai... A tua fé te salvou”!...

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Seja um "suporte"


Entre em seu “espaço sagrado”, esse tempo é totalmente seu e não pode ser atrapalhado por ninguém. Aí você está em contato consigo mesmo e com Deus, com a dimensão sagrada dentro de você.
Neste tempo em que você está conectado consigo mesmo e com Deus, lhe faz bem... revigora suas forças e você volta a ser inteiro. Ele cura suas feridas e ilumina seu interior naquilo que se enturvou.
Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Graça a pedir: - Sair dos estreitos limites do meu túnel e caminhar a altura da vocação que recebi..

Texto que pode iluminar: Ef 4, 1 – 7.
Leia o texto bem devagar como que saboreando cada palavra. Permaneça na palavra ou versículo que mais tocou seu coração.

1º Momento: “ ...vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com toda a humildade e mansidão...”.
Fui chamado/a à vida; a ser filho/a de Deus; criado/a à sua imagem e semelhança; escolhido/a, abençoado/a, consagrado/a e enviado/a a ser “luz das nações”. Todos os dias o Senhor vai dando seus toques de mil maneiras para eu alargar a minha tenda, sair dos estreitos limites do meu túnel...
Será que estou me dando conta de tudo isso? Minhas atitudes revelam humildade, mansidão junto às pessoas, junto à minha família, junto à minha comunidade? Em que posso melhorar?
2º Momento: “ suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor... “.
Consideremos a palavra” suportar” não no sentido de “tolerar”, “agüentar” porque não tem outro jeito, mas na ótica de “sustentar”, estender a mão, levantar, apoiar aquele que caiu e precisa de ajuda. Ser um suporte para que o outro possa se conhecer, crescer como pessoa, fazendo parte e uma família, de um grupo, de uma comunidade.
Santo Inácio de Loyola sem ser psicólogo, descobriu as profundezas da pessoa humana, para assim poder ajudá-la a conhecer-se. Crescer e gerar novos modos de se relacionar com ela mesma, com os outros, com a natureza e com Deus.
Ele reconheceu a necessidade do discernimento e da análise da realidade, como meios para ir descobrindo a cada dia quem sou; que sentido tem minha vida e o que devo fazer pelo bem das demais pessoas.
Como percebo as pessoas que convivem comigo? Procuro ser esse “suporte”, dar um empurrãozinho, algumas dicas para que se liberte de seu túnel, de seu comodismo, de seu fechamento?
Converse com Jesus... peça um coração manso e humilde como o dele; que ele lhe ensine como se achegar, como falar, o que falar, como ajudar as pessoas a fim de que possam fazer o Reino de Deus acontecer...
Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

domingo, 12 de setembro de 2010

Um povo de cabeça dura


Comece a preparar o seu “lugar sagrado”... É o lugar do encontro íntimo e pessoal com Deus. Coloque-se diante do mistério de Deus. Pacifique o seu coração... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Desligue-se de tudo quanto possa interferir neste seu encontro profundo com o Criador... Jesus recomenda: “ ...entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao Pai ocultamente...” ( Mt, 6,6 ). Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração.

Graça a pedir: - Que o Senhor ocupe o seu lugar verdadeiro em meu coração e que aos poucos, eu me liberte dos ídolos que em minha vida vão ocupando o lugar devido somente a Deus.

Texto que vai iluminar minha oração: Ex 32, 7 – 11.13-14.
Leia o texto bem devagar, como que saboreando, permanecendo na palavra ou versículo que mais chama sua atenção.

1. “Vai” - aponta a direção, mostra o caminho, saia do centro, alargue o espaço de tua “tenda” ... não é aqui... é mais além...
“Desce” – é um convite a descer ao meu núcleo interior, no meu ser profundo e dar-me conta do que acontece aí, qual é o meu referencial? Que lugar ocupa o Criador em meu coração e na vida das pessoas? Será que a ambição, a ganância, a fama, o desejo do poder, da projeção, não me fazem subir colocando-me acima dos demais, julgando-me “melhor”, mais inteligente, mais culto/a, mais sábio/a etc. É preciso descer., reconhecer minhas limitações e entraves.
Quais os “bezerrinhos de ouro” que fui fabricando, colocando e cultuando em meu coração? Que lugar ocupa aquele que me criou, o Verdadeiro Deus, aquele que me ama e cuida de mim com tanto carinho?

2. “ Vejo que este é um povo de cabeça dura” (v. 9 ).
Esta mesma queixa o Senhor dirige a nós também: temos cabeça dura e memória curta... Bem depressa nos esquecemos, nos desviamos dos caminhos e dos ensinamentos do Senhor, seduzidos/as pelo “canto de tantas sereias” por aí, tais como: a Bíblia é um livro antiquado, ultrapassado; precisamos de conceitos mais novos, hoje é outro tempo. Jesus é um revolucionário, um “pregador” intransigente, um mestre de moral, mais um, na lista dos “gurus”, etc. Isto tudo, já era...

Deus é Pai, Deus nos ama, não castiga, mas como ao povo de Israel, Ele continua chamando nossa atenção através de fortes sinais, como: terremotos, erupção de vulcões, catástrofes, tragédias, inundações, secas, etc. Mas, o ser humano, em sua insensibilidade não se deixa tocar e continua: comendo, bebendo, fazendo festas, se divertindo, gozando, dançando, explorando, matando, roubando, colocando uma venda nos olhos e um cadeado em seu coração.

3. Deus é Pai... Deus nos ama.
“Basta que eu volte... ele não me pergunta onde estive”.
Diante da súplica de Moisés, o Senhor desiste do mal que havia ameaçado fazer ao povo. Como Moisés, supliquemos a Deus que nos perdoe e tenha compaixão de nossos desvios e nos torne: - “ herdeiros/as da bênção” !

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

sábado, 11 de setembro de 2010

Um coração liberto


Prepare o seu coração para o encontro com a Trindade Santa. Entre em seu quarto e feche a porta, isto é, em seu coração... Acalme sua mente e desligue-se de tudo quanto possa desviar sua atenção do Senhor... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Graça a pedir: - Um coração livre de tantos condicionamentos, esquemas mentais e idéias que me amarram e me impedem de alargar meus horizontes no anúncio do reino.
Texto: I cor 4, 1 – 5.
1. Quanto à mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo ( v. 3)
Isto é ser livre. Que exemplo temos no apóstolo São Paulo, nós que muitas vezes, em nosso modo de agir, deixamos de fazer o bem, de crescer como seres humanos, de colaborar na construção do Reino, por pensar: - O que os outros vão pensar, vão dizer de mim? Se eu fizer assim vou desagradar alguém; se eu questionar certas atitudes vou perder a amizade; se eu falar de Deus, vão me taxar de “carola”. Agir deste modo é imaturidade...
Ser livre não é fazer o que se quer e como se quer, o que dá na cabeça... Isto seria deixar-me conduzir “pelas afeições desordenadas”, pelo voluntarismo, um idolatria do ego. Jesus nos diz:” ... e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.(Jo 8,32)
Diante de certos acontecimentos temos pressa, usurpamos um atributo exclusivo de Deus que é - o julgamento.

2. Quem julga é o Senhor. (v.5 )
Portanto não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha ... Cabe a cada um/a de nós confiar ao Senhor o julgamento. “Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o mesmo critério com que julgardes, sereis julgados; e com a mesma medida com que tiverdes medido vos medirão também”. MT 7, 1 – 2 )
Deus tem a visão do todo e eu apenas uma visão limitada das pessoas e das coisas.
“Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações”. Peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé; que a Palavra de Deus se faça verdade em nós. Tudo que estiver oculto será manifesto.

3. “ Então cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido”. Para Ele, nada passa despercebido, e Ele nos dará “uma medida recalcada, sacudida, transbordante generosamente vos dará...”.
"... e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á” (MT 6, 4).

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Deus. Anote no seu caderno-vida aquilo que mais falou ao seu coração nesta experiência de oração.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O mistério do chamado


Dirigente: - Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo ...( Cantado).
Sai da tua terra... deixa... vai... para onde eu te mostrarei...

Aspirante: No silêncio do coração, ao longo do meu caminho... uma voz eu escutei: Oh! Não me deixes sozinho a ceifar o que plantei. Vem, vem me ajudar, com muito amor tudo se faz!

Todos: Canto:- Vocação: - Pe. Zezinho
1.Se ouvires a voz do vento, chamando sem cessar.
Se ouvires a voz do tempo, mandando esperar:
A decisão é tua (bis). São muitos os convidados (bis).
Quase ninguém tem tempo. Quase ninguém tem tempo...
2. Se ouvires a voz de Deus, chamando sem cessar.
Se ouvires a voz do mundo, querendo te enganar:
3. O trigo já se perdeu... Cresceu, ninguém colheu.
E o mundo passando fome, passando fome de Deus:

Aspirante: - O Deus que me criou, me quis e me envia a anunciar a boa Nova ao mundo, a ser sinal do seu grande amor a todos, onde quer que eu esteja.

Todos: - Ao longo do meu caminho, uma voz eu escutei... Oh! Não me deixes sozinho, a ceifar o que plantei. Vem, vê, me ajudar, com muito amor tudo se faz.

Aspirante: - Tive medo, Senhor... Muito medo! Deixar minha família, meus amigos, meu trabalho, tantas facilidades, tantas boas ofertas que o mundo oferece... tantas, tantas coisas... Não, não Senhor, tenho medo!

Todos: - Canto: Teimosia - Pe. Irala

Aspirante: - Muitos já me disseram: por trás desse mar não há vida nenhuma, nem terra habitada; não suba esse morro, não vá nesse vale, não vá nessa estrada....Mas, eu vou... eu vou!

Todos: - Ao longo do meu caminho uma voz eu escutei: Oh! Não me deixes sozinho a ceifar o que plantei. Vem, vem me ajudar, com muito amor tudo se faz!

Aspirante: - Muitos já me disseram: que a vida que eu levo não vale a saudade, nem vale a esperança; que nada compensa ouvir o chamado do Deus da Aliança! Mas, eu vou... eu vou!

Dirigente: - Mas, o Senhor... insiste!

Todos: - Ao longo do meu caminho, uma voz eu escutei: Oh! Não me deixes sozinho, a ceifar o que plantei. Vem, vem me ajudar, com muito amor tudo se faz!

1 - Nada temas, pois eu te conheço... e tu tens um preço, eu te amo, és minha. Quando avançam teus inimigos eu estou contigo: Sou o Emanuel...

Aspirante: - Mas, eu vou... eu vou!

1. - “Não temas, pois estou contigo... Só te resta viver a esperança e ter confiança: minha filha, és minha.

Todos: - Oh! Não me deixes sozinho a ceifar o que plantei. Vem, vem me ajudar, com muito amor tudo se faz.

Leitor: - Mc 10, 17 – 22.
(Momentos de interiorização).

Todos: - Canto: Tu me cativaste, meu Deus e Senhor.
Tu me cativaste meu Deus e Senhor,Eu já não consigo esquecer teu amor( bis)
1.Estreito é o caminho é preciso saber. Andar entre espinhos e rosas colher.
Deixar redes, barcos, a vida perder. Deixar o dinheiro riquezas não ter.
2.O Reino é semente de trigo no chão. Que morre gerando a ressurreição.
É luta constante em favor do irmão. É luz, é fermento, é água, é pão...
3.A vida é tão breve um sonho fugaz. Daqui só se leva o bem que se faz Senhor Jesus Cristo. Meu Deus e Senhor. Ensina de novo o caminho do amor.

Dirigente: - Partilha em forma de preces ...

2. O que tu deixas, já bem conheces... mas, o teu Deus o que te dá? “Um grande povo, a terra, a promessa... O cêntuplo a mais e a eternidade”.

Dirigente: - Portanto, querida ... Sai... deixa... parte... vai com muita fé no teu Senhor, o que tu levas é muito mais...: “Anunciar a Boa Nova do Evangelho aos povos”.

( Para a benção, a aspirante se coloca de joelhos e toda a assembléia estende as mãos sobre ela, rezando:)

Bênção de Envio

Assim como o Pai me amou e me enviou.
Eu também te amo e te envio...
Isto é uma ordem:
Sê forte e corajoso/a, não te acovardes, não tenhas medo,
porque Eu, o Senhor, teu Deus, estarei contigo
onde quer que fores ( Josué 1, 9).
Vou adiante de ti, para mostrar-te, o caminho.
Atrás de ti para te proteger.
Ao lado de ti, para te amparar.
Abaixo de ti, para te sustentar.
E acima de ti para te abençoar!
Vai em paz... em nome da Trindade Santa: Do Pai que te criou,
do filho que te resgatou e do Espírito Santo que te santificou.
Abençoada, podes partir,
sendo uma bênção para todos! Amém!


Canto: - Eis-me aqui, Senhor!

Elaborada por: Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

(Inspirada nos cantos: Teimosia – Pe. Irala ;
Ao longo do meu caminho – José Raimundo Galvão).

sábado, 7 de agosto de 2010

O Toque do Mestre


Prepare o seu coração para o encontro com a Trindade... Procure um lugar tranqüilo. Aquiete seu coração... sua mente... sua vontade... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza este momento de oração.

Pedir a graça: Pedir é dispor-se a receber a Palavra, o Espírito, a Luz do Senhor; pedir a graça de uma maior consciência da grandeza da escolha e do chamado a seguir o Mestre.

A vocação é uma relação de amor para com Deus e a humanidade. Vocação não é como um objeto que eu possuo, alguma coisa que coloco no bolso da calça e acabo perdendo porque o bolso está furado. Não é como um chapéu que o vento carrega logo na primeira tempestade, ou como a roupa que guardo no armário e visto quando estou a fim.

Texto que pode iluminar a oração: Lc 5, 1 - 11
Ler o texto com atenção, bem devagar, como que saboreando cada palavra ou versículo que mais lhe tocou o coração. Permanecer aí até que a esta palavra desça ao profundo, que ressoe, que seja realmente recebida e compreendida.

Cada vocação é tema de íntimo diálogo trinitário, do Pai, do Filho e de uma missão especial do Espírito Santo. Vocação é uma relação viva e dinâmica de amor para com Deus e os outros. Como qualquer relação, trata-se de uma história feita de conquistas e frustrações, entusiasmos e decepções, traições e provas de fidelidade.

É um caminho difícil, cheio de dificuldades. Dificuldades essas que podem purificar o relacionamento, tornando-o mais autêntico e profundo, como podem também comprometê-lo definitivamente.

Não existe uma verdadeira relação de amor sem comunicação. Por isso, vocação é antes de tudo diálogo. Deus fala e eu respondo. Deus interpela e eu me comprometo. Deus me indica o caminho e eu percorro. Deus me mostra o projeto e eu me deixo modelar aos poucos, até me transformar na obra de arte que Ele imaginou desde sempre.

Fruto do amor, o diálogo é sempre novo, cheio de surpresas. Nunca tem fim, porque o amor não se esgota. No diálogo, as palavras deixam lugar para os gestos pelos quais o Pai revela o seu Projeto de amor, que pensou para cada um/a de nós.

A vocação é também uma relação de amor para com os outros, as pessoas com quem eu convivo, a humanidade inteira. A relação com Deus Pai me abre ao conhecimento do outro como irmão. A contemplação do Deus-feito-homem me leva a sair de mim mesmo e a me fazer “ dom” para a comunidade. A obediência ao Espírito Santo me contagia com um amor que desconhece fronteiras.

Os discípulos já confiavam bastante em Jesus – “Deixem tudo ... Eu os farei pescadores de homens”... Essas palavras podiam ser para os discípulos, um tanto estranhas. O chamado feito, não é para algo concreto, mas simplesmente para segui-lo. Jesus é o ponto de convergência das multidões.

Partilhe como Senhor um pouco do que você carrega no seu interior. Recorde algum momento difícil de sua vida no qual você sentiu a presença de Deus que alivia e cura. Agradeça por essa experiência.

O Criador conta com você para continuar a recriar, a construir e a fazer a vida germinar e produzir frutos.

Termine sua oração dando graças a Deus por tudo aquilo que foi vida, iluminação, toque, questionamento. Converse com Deus como um amigo fala ao amigo. Reze um Pai-Nosso ou outra oração de sua inspiração ou com o canto: Chamaste- me para caminhar na vida contigo. Registre no seu caderno vida, tudo o que foi marcante em sua oração. Fique em paz na presença do Senhor!

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Criação e o discernimento


O discernimento está na origem do homem, do ser humano. Deus querendo parceiros de amor e não marionetes ou robôs manipuláveis devia dotar o homem de liberdade. “Deus quer deixar ao homem o poder de discernir” (Eclo 15, 14), para que assim procure espontaneamente o seu Criador, a ele adira livremente e chegue à perfeição plena e feliz.
“Desde o princípio, Deus criou o homem e o entregou ao poder de suas próprias decisões”
(Eclo 15, 14).
O “livre-arbítrio” não é tanto o poder de escolher entre um vestido e outro, entre uma atividade e outra. Tudo isto é superficial; na sua radicalidade o livre-arbítrio é o poder de escolher entre amar ou não amar; entre a vida ou morte; entre a bênção ou a maldição.
Deus quer a nossa felicidade e sabe que só a encontramos no caminho do amor. Indica-nos o caminho, mas nos deixa livres de trilhá-lo. Ele nos criou por amor e para o amor. Se livremente respondermos ao seu amor, seremos plenamente realizados/as e felizes.
Santo Inácio foi uma pessoa de grandes desejos. Quando jovem, desejava fama, sucesso e até mesmo o amor de uma mulher nobre. Depois da conversão, seu grande desejo era estar com Cristo e fazer tudo para a Maior Glória de Deus.
Santo Inácio matriculou-se na escola de Deus, deixou-se conduzir por ele e tornou-se o “grande mestre do discernimento”. O Deus de Jesus Cristo é o único que nos dá horizontes para classificar nossas “moções”.
O discernimento é o núcleo central da espiritualidade inaciana. Para sermos fiéis à vontade de Deus é necessário uma constante atitude de discernimento... O que é discernimento?
“Discernimento é a ousadia de deixar-se conduzir pelo Espírito. É perceber, distinguir a voz de Deus no meio de um coro de vozes”. É estar muito atento/a às vozes interiores e exteriores que nos cercam e sobretudo às vozes que gritam no nosso interior. Dentro de nós estão presentes duas forças que se digladiam, duas correntes contrárias.
O discernimento desvela para mim o papel do Bom Espírito (BE), o comportamento do Mau Espírito (ME) e a minha própria liberdade. Os espíritos (BE e ME), contudo, se manifestam em forças ou impulsos - de um lado e em expressões ou veículos – de outro. Denominamos esses impulsos, iluminações, cliques, “moções” quando nos vêm do BE e “artifícios “ ou “tretas” quando nos vêm do ME. A palavra ”moção” vem do latim ”movere” que significa mover. As moções que vêm do BE me levam para Deus e ao seu Reino. As moções do BE me levam a fazer o bem, vêm da ação da graça. Contrariamente, tudo o que me afasta de Deus e do seu Reino vêm do ME, mau espírito, é denominado “artifício” ou “treta”; são armadilhas, tentações, que me levam a fazer o mal, portanto me afastam de Deus.
As “moções espirituais” vêm ao meu coração, à minha mente, independente do meu querer, vêm de fora.
Os impulsos se exprimem em dois estados básicos: a consolação e a desolação. Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio nos ensinam que discernir supõe, num primeiro momento, prestar atenção e saber “dizer” qual é o meu estado espiritual. O que estou sentindo? ( Não o que estou pensando...) consolação ou desolação...
Consolação : - Há consolação quando se experimentam os movimentos interiores por meio dos quais nos sentimos plenos de amor pelo Senhor, quando temos desejos fortes e lágrimas pelas coisas de Deus ou dirigidas para a construção do Reino. Todo o aumento de fé, de esperança e de amor é consolação, o mesmo ocorrendo com toda a alegria interior.
Desolação – Há desolação quando ocorre o contrário: obscuridade, perturbação, inclinação para as coisas do espírito deste mundo... Inquietação... Movimentos de desconfiança e de perda de esperança; sensação de fraqueza e de tristeza; sentimentos de separação de Deus.
Duas perguntas podem ajudar no discernimento:
- O que experimento ( o que estou sentindo?) A chave de leitura não é o pensamento e sim o sentimento.
- Aonde isto me leva?
Me leva para Deus ou me afasta?
O discernimento torna a pessoa livre interiormente... não se aprisiona à sua realização pessoal.
• Qual é o referencial de minha vida?
• Gosto ou não gosto? Isto não me realiza...
É importante o conhecer-se interiormente... Quais são as minhas feridas, o
“ meu sentir ferido”... O processo de “libertação interior” é muito lento... Os condicionamentos estão ligados às moções, desolações e apegos... Fácil é perceber as moções; o difícil é perceber os artifícios, os impulsos do mau espírito ( ME).
A realização pessoal no discernimento é conseqüência... Muitas vezes apela-se tanto para a realização pessoal e isto faz com que se passe à margem do Plano de Deus. Não sei se o chamado de Deus leva à realização pessoal? Leva sim, mas em outro nível. Na vida espiritual é muito importante saber distinguir claramente o que é um
”estado espiritual” em contraste com um estado fisiológico ( a dor, por exemplo) ou psíquico( depressão, ansiedade, etc. ).

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um encontro com o Coração de Jesus



O mês de junho nos convida a um olhar especial ao coração de Jesus. Depois de mais de dois mil anos, Jesus continua com sua embaraçosa pergunta: “Quem dizeis que eu sou?”

É difícil responder, pois não deixou nenhuma foto, filme ou vídeo cassete, no entanto, é possível reconstituir seu rosto, nitidamente expresso na única autêntica tela: os Evangelhos.
Voltemos nosso olhar à sensibilidade do seu ouvido e de seu coração.
Ele escutava o Pai; escutava o lamento dos povos; os pedidos silenciosos dos doentes; do paralítico; do Zaqueu; da hemorroíssa que discretamente puxara a orla do seu manto; os pedidos ingênuos e por vezes, importunos, dos discípulos,; o desabafo amargo dos dois de Emaús.

Jesus é Deus sim, mas também em tudo como nós, porque não só o nosso aspecto físico exterior, como também, igualmente os nossos sentimentos; nossa sensibilidade e as nossas paixões. Como nós experimentou ansiedades, medos, tristezas, angústias, e sentiu “terror e pavor” diante da morte (Mc 14, 34). Gozou os carinhos do afeto e sofreu as desilusões do abandono e da traição. Tudo como nós, exceto o pecado (Hb 4, 15).

Jesus não fica indiferente à situação social e econômica que obriga tantas pessoas do seu povo a viver em condições subumanas. Intervém... Seu coração escuta... sente... estende a mão, toca, cura as pessoas.

Jesus é o Filho de Deus vivo, nascido da Virgem Maria e que veio ao mundo para nos salvar; verdadeiro Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade.

Diante de tanta sensibilidade e compaixão de Jesus, sou convidado/a a ver a minha história pessoal e familiar, a história da humanidade em suas diferentes etapas; a história do nosso continente, marcado pelo sofrimento e pela opressão; nosso país, com sua pobreza e riqueza; a nossa comunidade, formada de pessoas com suas contradições e belezas; o lugar de nosso trabalho, com seus desafios, são um permanente convite a prestar atenção aos sinais e apelos do Mestre Jesus.

O mundo está repleto dos sinais da presença amorosa de Deus. Ele tem um jeito especial de tocar nosso coração, a nossa vida.

Tome um tempo para louvar o Senhor pelas expressões de fidelidade que você viveu e vive. Agradeça a Deus os sinais de sua bondade em você e nas outras pessoas.

Coração de Cristo ouve o nosso grito: Um coração novo para um mundo novo vimos te pedir, todos precisamos... Haja paz na terra, reine a justiça, nós te suplicamos.

Repita no silêncio do seu coração ou mesmo cantando: “Quero cantar ao Senhor, sempre enquanto eu viver. Hei de provar seu amor, seu valor e seu poder”.
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

terça-feira, 1 de junho de 2010

As asas do Espírito Santo


As asas do Espírito Santo

É bom lembrar que o Espírito Santo não é pomba e nem tem asas; é Espírito, portanto, não tem forma e nem corpo.
O Deus em quem acreditamos é um Deus em três pessoas distintas e divinas: Pai, filho e Espírito Santo, a Santíssima Trindade, porém um só Deus.
Não podemos reduzir o Espírito Santo à figura de uma pomba branquinha e sossegada, como diz, Dom Pedro Casaldáliga. É importante lembrar que ele tem duas asas. “De um lado, nos leva à oração, à interiorização, à paz. De outro, leva-nos à ação, ao compromisso, à luta”.
O mesmo Espírito Santo nunca nos leva às nuvens, à indiferença, à omissão. Ele é o Espírito da Verdade que nos ensinará tudo. “ quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade” ( Jo 16, 13 ).
O Espírito é luz, é vida é força. O “trabalho” do Espírito consiste em nos mover, conduzir, levar-nos aos tempos e lugares onde a presença é necessária para construir o Reino de Deus.
É obra do Espírito Santo mover-nos internamente, desinstalar-nos, converter-nos transformar nossos corações e pedra em coração de carne , (Ez 11, 19).
O texto de Lc 4, 14 – 19, marca o início da vida Pública de Jesus; aí podemos entender como o Espírito Santo é “agitador” e “subversivo”, debelador da injustiça e opressão, o “ revolucionador do mundo”.
“Jesus voltou para a Galilé4ia, com a força do Espírito Santo aí Jesus torna público o seu Projeto de vida, que é o Projeto do Pai. Jesus se apropria das palavras de Is 61, 1- 2; “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres, curar os corações doloridos, etc.
Com a força do Espírito Santo, Jesus parte para sua missão de evangelizador dos pobres e libertador do mundo.
No seu Magnificat, Maria plena do Espírito Santo, canta a queda dos poderosos... e a exaltação dos humildes.
No dia de Pentecostes os primeiros discípulos, sacudidos e impulsionados pela força do Espírito Santo, vencem o medo e enfrentam os grandes e poderosos, testemunham corajosamente o Cristo Ressuscitado.
O Espírito santo não se reduz a uma pomba branquinha e sossegada, tranqüila, acomodada... isto seria cortar a asa esquerda do compromisso e da ação, da libertação e da luta. Não vamos cortar a outra asa: aquela da oração, do silêncio, da paz.
Sem dúvida, nós queremos o Espírito santo atuando em nós com as duas asas. Caso contrário não é mais o Espírito de Jesus.
Nós também fomos ungidos, consagrados e enviados em missão. Somos enviados a construir um mundo novo, novas relações, novo modo de perceber: olhar o mundo com olhos diferentes, com os olhos de Deus, pois “o Espírito Santo foi derramado em nossos corações...”
“Darei para vocês um coração novo e colocarei dentro de vocês o meu Espírito, para fazer com que vocês vivam conforme o meu sonho, o meu Projeto.
Para que isso aconteça, é necessário deixar que o Espírito Santo atue em nós com as duas asas, conforme foi dito acima. Deixemo-nos conduzir pelo impulso das duas asas, abraçando a terra e o céu, o Pai e os irmãos...

Fonte: As duas asas do Espírito Santo: ( D. Pedro Casaldáliga)
Revista: Sem fronteiras – Agosto/89.

domingo, 9 de maio de 2010

Santuário do Coração





1. Contemplando o “divino”,
No santuário do coração.
Brota mais vida e alegria,
Em sintonia com a criação.

2. Trindade Santa eu te dou graças,
Pela luz, pela flor, pelo mar.
Acreditar na “Boa Nova”,
Que o “AMOR” Deus quer partilhar.

3. O que é então “Boa Nova”?
É sentir-se amado por Deus.
“... e a vossa alegria seja completa”
Disse Jesus para os seus!

4. Sentir-se amado por Deus,
Que a todo instante me molda e recria,
Todo o meu ser canta alegre,
Exultando como Maria.

5. Pai Santo eu te dou graças,
Sou filho, irmão, e senhor...
Tua imagem em mim estampada,
Me faz reflexo do AMOR!

6. Deus Filho eu te dou graças,
Sou livre para escolher.
Caminhos que levam à vida,
Verdades que fazem crescer!

7. Santo Espírito eu te dou graças,
Em sinfonia de grande louvor.
A terra inteira explode em festa,
É dádiva do teu Grande Amor!

8. A vida, o que tenho e o que sou,
Em tudo “amar e servir”.
Dentro de mim e do outro,
O Reino de Deus descobrir!

9. Glória, glória ao Pai Santo,
Ao Filho e ao Espírito igualmente!
Em coro entoa a UNIVERSO,
A Trindade... glória, glória. Amém!

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

domingo, 4 de abril de 2010

Ainda estava escuro


Preparação: Que tal escolher para seu ”lugar sagrado”, lugar do seu encontro com o Senhor Ressuscitado, o seu sepulcro? Respire lenta e profundamente algumas vezes... No segredo do seu coração deixe-se pacificar... aquietar... acolha os barulhos: eles são sinais de vida. Deixe o silêncio fazer-se dentro de você... Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração. Deixe-se envolver pelo clima de oração.

Composição, vendo o lugar: com os olhos da imaginação, vai compondo a cena, como o compositor “tece” a sua música, permanecendo fiel ao tema. Assim, o texto bíblico vai ajudar a estar diante do que Deus quer revelar a você. O sepulcro está cavado na rocha; uma grande pedra rolada na boca do túmulo; os guardas fugiram...

Você temeroso(a) e apreensivo(a) vai caminhando em direção ao sepulcro; vai prestando atenção ao que o seu coração sente.

Agora diante do sepulcro vazio, só na escuridão, você está diante do Mistério de Cristo Ressuscitado: o sepulcro não pode deter o corpo do Crucificado! A morte foi derrotada diante d’ Aquele que se disse Vida e Ressurreição... O túmulo está vazio... Diante do túmulo vazio peça o que quer...
Santo Inácio no início de sua oração, rezava assim: “ Senhor, que todas as minhas intenções, ações e operações sejam ordenadas puramente para o serviço e louvor de sua divina Majestade” (EE 46 ).

Pedir o que quero: que a ressurreição de Jesus seja uma verdade-viva e que a alegria e a força do Ressuscitado o/a impulsionem para os irmãos como impulsionaram Maria Madalena e as primeiras testemunhas...

Texto: Mc 16, 1 – 11 .
Leia calmamente o texto algumas vezes...detenha-se na palavra ou frase que mais lhe tocou.
No caminho, as mulheres se perguntavam: “Quem afastará a pedra da boca do sepulcro para nós?”
Você também deve ter pedras que o/a preocupam: “Como vou remover?” E essas pedras não estarão fechando entradas de muitas “sepulturas”?... Reze sua verdade no segredo do seu coração... Peça ou louve ou silencie, aguardando, saboreando...

“Levantando os olhos, elas viram a pedra removida. E era uma pedra enorme”...
Certamente, você também já fez a experiência de levantar os olhos e ver a pedra do túmulo já removida, o obstáculo – tão difícil , afastado, a visão desimpedida... Recorde, reze...

Madalena continua procurando Jesus no “passado”, entre as sombras, nas tristes relíquias, no cadáver do túmulo. E você? Onde procura Jesus?
No túmulo? Está vazio....
Ressuscitou! Não está aqui! Ide dizer aos irmãos que ele os encontrará na Galiléia como tinha dito.
Ide é o apelo que o Ressuscitado faz a você também... Quando ele arrancou você da solidão. Da lembrança do passado, da entrada do sepulcro, está enviando você a fazer Igreja, a viver com os irmãos, a ser solidário/a, a anunciar a todos: Ele vive! Cristo Ressuscitou!
Termine sua oração, falando de sua vida, de suas vivências, dos efeitos da graça da ressurreição, das presenças transformadoras de Jesus em sua história ou do que mais o seu coração lhe estiver ensinando. Agradeça estes momentos passados com Cristo Ressuscitado, reze o “pai-nosso” ou outra oração. Registre o que mais afetou você, em seu caderno vida.
Testemunhe com sua vida que Cristo Ressuscitou!

Reelaborado por: Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

O desafio das pedras



Comece a preparar o seu “lugar sagrado”... É o lugar do encontro íntimo e pessoal com Deus. Coloque-se diante do mistério de Deus. Pacifique o seu coração... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Desligue-se de tudo quanto possa interferir neste seu encontro profundo com o Criador... Jesus recomenda: “ ...entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao Pai ocultamente...” ( Mt, 6,6 ). Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Pedir a graça: - Não julgar e ter um olhar de misericórdia e compreensão para com as limitações e fragilidades dos outros.
Texto: Jo 8, 1 – 11.
Ler calma e tranqüilamente o texto até mais de uma vez. Deixando-se tocar pelo Senhor.

Imagine um lugar espaçoso, um grupo de fariseus, tendo no centro a pobre mulher, todos com o dedo em riste acusando-a; Jesus está presente e ouve as acusações. Não diz palavras, apenas abaixando-se começa a escrever na areia. O que estará escrevendo? Certamente os pecados dos acusadores, pois ao levantar-se não havia mais nenhum, a começar pelos mais velhos foram se retirando, um a um.
Muitas pessoas preferem as paredes de suas próprias prisões à liberdade do lado de fora e alguns gostariam apenas de melhorar as condições da prisão.
Para acender a luz da percepção, basta você observar a si mesmo e tudo o que o rodeia no decorrer do sai; se quiser ver refletido no espelho da percepção da mesma maneira que vê seu rosto refletido em um espelho comum, Istoé, com precisão e clareza, exatamente como é, sem acréscimo ou desvirtuamento.
É muito fácil lançar pedras contra alguém, o difícil é olhar-se no espelho e perceber as “rugas” que encobrem nossa fachada hipócrita.
A satisfação de lançar pedras nos faz esquecer quem somos, isentando-nos da responsabilidade e do sentimento de culpa, passando para as outras pessoas uma imagem de que somos justos.

Para disfarçar a nossa realidade pecadora, apelamos para nossas “racionalizações” ou seja, “bodes expiatórios”.

“Jesus inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão”.

Por que Jesus escreveu na areia? Para nos ensinar a grandeza e a qualidade de seu perdão... Quando se escreve algo na areia, ou na terra, a onda do mar, o vento, a chuva, as pegadas dos passantes... apagam tudo, não deixando sequer os vestígios das cicatrizes impressas.

“Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?
Ela respondeu: “ Ninguém, Senhor!... “Eu também não te condeno. Podes ir e, de agora em diante, não peques mais”.
Jesus é misericórdia e perdão. “Basta que eu volte, Ele não me pergunta onde estive”. Ele acolhe e transforma os corações arrependidos; Ele veio para salvar e não para condenar.

Pense e reze também sobre as questões abaixo:
- As pedras que me atiraram...
- As pedras que eu atirei...
- Que vou fazer com estas pedras?

Agora... faça o seu agradecimento e louvor a Deus por estes momentos passados em sua companhia... pelas luzes e graças recebidas... pelo crescimento na fé... Louve e agradeça a Deus pelas iluminações e toques que chegaram até você através da Palavra de Deus. Reze o Pai-Nosso ou outra oração. Registre em seu caderno vida,o que mais lhe falou nesta oração.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

quinta-feira, 18 de março de 2010

São José, homem de fé


Abraão foi chamado o “pai da fé” . Acreditou em Deus, quando Ele lhe diz que será o pai de uma grande nação. Mereceu este título permanecendo firme nesta Palavra de Deus, mesmo quando na velhice lhe nasce um filho e ainda o dia em que o Senhor Deus lhe pede o sacrifício de seu filho.

José também, a seu modo é “pai da fé”. Basta fazer memória da trajetória de sua vida. Ele acreditou não só na Palavra de Deus do Antigo Testamento, mas também na mensagem do Anjo, tão carregada de promessas, a Palavra encarnada que foi o Verbo nascido da Virgem Maria e a encontramos em todas as situações de sua vida até a sua morte. José é um nome bíblico e significa:

“Deus faça crescer”! Nada mais apropriado do que este nome para o nosso querido São José. Em toda sua vida, Deus sempre encontrou espaço para crescer.
José acredita na Palavra de Deus e se deixa conduzir pelo Senhor por misteriosos caminhos com uma fé dócil e silenciosa. José acolhe o Projeto de Deus para cuidar de Jesus e de Maria. José se mantém fiel à fé no meio das contradições. Sua fé foi realmente pura e despojada de todo o apoio natural.

Toda a riqueza incomparável de dons e de santidade de José, foram marcados como um tesouro selado com o sinal da Cruz, antes mesmo de Jesus ser crucificado. Os mistérios dolorosos de José o acompanham ao longo da vida, como na de Maria, precedidos pelos mistérios Gozosos.

José fica na sombra... Deus pede a José despojamento total de todos os favores concedidos. Deus quis que José consagrasse toda a sua vida para tornar possível a realização do Projeto do Pai: a Encarnação e toda a caminhada do Menino-Deus.

Ao retornar da visita à Isabel, Maria, nada comunica a José a respeito do grande mistério, embora estivesse persuadida de que José havia percebido que ela estava grávida.

“José, seu esposo, diz o Evangelho, foi um homem justo, não querendo difamá-la, resolveu repudiá-la secretamente” ( MT 1, 19). Estas palavras encerram umas das maiores angústias que um homem pode experimentar. A idéia de que outro foi o culpado e devia assumir a responsabilidade de uma ato tão medonho, revoltante para José e para Maria, lhe vem sem dúvida à mente, pois o Evangelho nos diz que ele não queria difamá-la. resolveu repudiá-la secretamente” ( MT 1, 19).

Que São José, padroeiro de nossa Mãe Igreja, abençoe, nosso Santo Padre o Papa, Bispos, Sacerdotes. Religiosos e Religiosas, Leigos e suas Famílias na caminhada de fé dentro do Projeto do Pai.

São José, acompanhai-nos!...

Do livro: La Sainte Trinité et Saint Joseph - P. François Charmot , SJ

Traduzido e reelaborado por: Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Discernindo os critérios de Jesus


Vamos preparar a nossa “ tenda ” para o encontro com Deus... No seu primeiro encontro com Moisés no Monte Horeb, o Senhor lhe disse: “Tira as sandálias porque o lugar que pisas é santo”. O Senhor não ordena a Moisés que se ajoelhe, nem que cubra a cabeça ou o rosto, mas se livre das sandálias. Tirar as sandálias, significa tirar o orgulho, a vaidade, a auto-suficiência... presunção...
Respire lenta e profundamente . Ao expirar vá relaxando todo o seu corpo, dos pés à cabeça ... Repita o exercício duas... três vezes... Relaxe mais e mais... Respire novamente e ao eliminar o ar, livre-se também de todas as tensões que você traz dentro de si...
Coloque-se bem tranqüilo, bem tranqüila no colo de Deus, permita que ele olhe para você... que Ele toque o seu coração.

Graça a pedir: - Luz para discernir as ciladas do tentador e conhecimento da verdadeira vida que é Jesus Cristo.

Texto para a oração: - Lc 4,1 – 13.
Faça uma leitura calma e atenta do texto, e se for necessário leia mais vezes, deixando–se tocar pelo Senhor.
Jesus, cheio do Espírito Santo foi conduzido ao deserto para ser tentado. Deserto não é só o lugar da tentação, mas do encontro profundo com Deus e consigo mesmo. Jesus experimentou que Deus é Pai para todos e a todos dá o Seu amor.
Jesus enfrenta tentações que querem desviá-lo do Projeto do Pai. As tentações de Jesus são as mesmas tentações fundamentais de todo o ser humano: TER – PODER - PRESTÍGIO. O demônio se utiliza de ‘razões aparentes”, subtilezas e ilusões e se disfarça em “anjo de luz”.
Para isso, é necessário ter muita clareza e firmeza. O discernimento é o critério que Jesus se vale para cada lance do demônio...

Tentação: - é a ganância do ter, do possuir – Bens, riquezas, satisfazer os apetites terrenos, segurança. Esta tentação acaba abafando qualquer sentido de gratuidade e partilha, disponibilidade às riquezas do coração, ás relações humanas e aos dons de Deus. O ser humano fecha-se em seu egoísmo....
Perceber até que ponto esta cilada tem a ver com você... os critérios, que norteiam sua vida, são os mesmos de Jesus ?

Jesus, o Pão da Palavra Encarnada, o Pão da Vida, desmascara esta ilusão, pois ele é o único a saciar nossa fome do Absoluto – nossa fome de Deus.

Tentação: - Tentação do poder, da dominação . - O demônio pede a Cristo que se prostre diante das riquezas e reinos todos do mundo. A cilada consiste no poder abusivo que esmaga os outros. Poder esse que sabe esconder-se sob aparências mais nobres, até mesmo as espirituais.
Olhe para dentro de você...tome consciência de como suas atitudes de mando... poder.. dominação se revelam no dia-a-dia...confronte-as com os critérios de Jesus...
Essa tentação mostra que a glória... o poder... o progresso....as técnicas... a cultura...o bem estar humano, são valores colocados por Deus na natureza, para que a pessoa humana, servindo-se deles, possa crescer para o Reino de Deus.

3ª Tentação: - Desejo de ser reconhecido –
Esta tentação situa-se no campo religioso, isto é, aparecer... brilhar... subir ao pódio... ser visto... acolhido... festejado... reverenciado por um ato extraordinário...
É a tentação de querer manipular Deus, usá-lo em benefício próprio, viver sem responsabilidades, na busca do prazer. É crer-se o centro do absoluto, o eixo do mundo; incapaz de ouvir outra opinião a não ser a própria.
Querer por todos os meios, impor suas idéias aos demais, em benefício próprio. É colocar-se no lugar de Deus.

Olhe para dentro de seu coração... quem aparece... quem brilha... quem é reverenciado... Recorde “ saboreando internamente” as palavras... as frases... procurando escutar o que Jesus lhe fala ao coração...
Todos os valores só promovem o Reino de Deus, se forem aproveitados para fomentar o AMOR recíproco entre as pessoas.
“Este é o meu mandamento: Que vos ameis uns aos outros...”

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
· O que mais me tocou nesta oração?
· Que sentimento predominou em mim?
· Senti algum apelo, desejo, inspiração?
· Tive alguma dificuldade ou resistência?
Agora... faça o seu agradecimento e louvor a Deus por estes momentos passados em sua companhia... pelas luzes e graças recebidas... pelo crescimento na fé... conhecimento das afeições desordenadas e pelas libertações experienciadas neste encontro de oração

Reze um Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai ou Alma de Cristo... Renove sua fidelidade a Jesus. Registre no seu caderno -Vida o que foi mais importante na sua oração.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

Quaresma, espaço para a conversão


Esses dias, lendo alguns depoimentos, transcrevo quatro abaixo, em itálico, dentre os muitos que despertaram em mim, um profundo sentimento de pesar e de tristeza, por perceber tamanha ignorância e cegueira por parte de alguns, que se dizem católicos e no entanto, bem distantes do Sonho, do Projeto de Deus pelas suas criaturas. Seguem:

“Esta maledetta campanha” fosse colocada bem longe da Quaresma. Não fiz nada – mea culpa. Desta vez, vamos aproveitar enquanto a indignação ainda está fervendo o sangue. Queremos uma Quaresma católica, e isso não pode ser pedir demais”.

“Esse tema da CF foi cruel mesmo, não poderia ser pior que esse!!!Quaresma é quaresma e não Economia, Quaresma é tempo de reflexão interior, oração , jejuns etc… Economia se deixa para os economistas tratarem…

“A crítica principal é que, ao realizar-se durante o tempo quaresmal, a CF acaba desviando a finalidade da preparação para a Páscoa do Senhor.”

“É realmente lamentável que durante os quarenta dias em que deveríamos nos preparar para a Páscoa do Senhor [que é o evento central da Fé Cristã e, também, o ponto alto do Ano Litúrgico, sejamos instigados a pensar em temas de economia e política em detrimento da reflexão [fundamental] sobre a vida espiritual, lutas interiores, etc. Quaresma é tempo de retiro e não de simpósio sobre economia! Queremos, sim, uma Quaresma católica”!

Economia e Vida - é o tema da Campanha da Fraternidade desse ano.
Lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24).

Um objetivo específico que a CF tem em vista é criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima, em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais.

Foi o amor ao dinheiro, o desejo do lucro sem fim, a insaciável vontade de acumular que separaram a economia da vida e a vida da economia.

Como este tema da CF não tem nada a ver com a Quaresma? Qual o tempo litúrgico mais indicado para rever a vida, fazer um balanço das atitudes, confrontar o agir com o Projeto de Deus, senão neste tempo abençoado: a Quaresma?

É um tempo mais intenso de exercício espiritual que prepara o cristão para celebrar os grandes mistérios cristológicos: paixão, morte e ressurreição do Senhor.
Esta renovação só ocorrerá se no cronograma da Quaresma, houver espaço para a conversão, para a penitência, para a oração para a vivência do amor e da fraternidade. O Senhor nos fala através do profeta Joel: -“ Rasgai o vosso coração e não as vestes e voltai para o Senhor, vosso Deus”!

É tempo para rasgar o coração... tirar tudo aquilo que me torna insensível, duro/a à dor, ao sofrimento do outro, que não me faz filho/a segundo o Coração de Deus. Veja um pouco quais os contra-valores aninhados no seu coração e que não deixam você ver e nem perceber que este, não é o caminho que o Plano do Pai pensou para você e que precisam ser rasgados, excluídos, eliminados de seu coração e vida.

Tais exigências, não sintonizam muito com o perfil do ser humano moderno, pouco interessado nos valores espirituais, valores do Reino, cujo ganância, individualismo, egoísmo, hedonismo e outros “ismos” mais, resistem a tudo o que pede esforço, mudança, conversão, consumismo, que faz com que o "ter" seja mais importante do que as pessoas.

Meu irmão, minha irmã, “ este é o dia que o Senhor fez para nós... Este é, o “tempo” que o Senhor fez para mim, para você, para nós! Aproveitemos! Voltemos para o Senhor!

Org. Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ele fez bem todas as coisas

Vestindo o coração:
- Preparo o meu “lugar sagrado”, isto é, o lugar do meu encontro com Deus: Pai, filho e Espírito Santo. Respiro lentamente algumas vezes, tomando consciência do movimento do ar entrando e saindo de mim, acalmando e energizando todo o meu corpo. Confio este momento ao Espírito Santo, para que Ele ilumine e conduza minha oração.

- Graça a pedir: - Grande abertura de coração, dos ouvidos, e dos lábios, para : escutar, viver e proclamar as grandes maravilhas do Senhor.

- Texto: Mc 7, 31 – 37.
Ler calma e lentamente o texto, dando especial atenção à palavra ou frase que mais está mexendo com você. Algumas dicas...

1. “ Jesus afastou-se com o homem fora da multidão...”
Sempre que Jesus tinha algo a realizar ou decidir, voltava o seu olhar para o Pai... pois o barulho, a multidão interfere, impede que se ouça e se perceba as moções que vêem de Deus. Isto já no Antigo Testamento o profeta Oséias 2, 14 nos diz: “ ... conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração”.

E Jesus nos diz: “ Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo..."( Mt 6, 4).
Você se sente atraído/a por este desejo de estar a sós com o Senhor? Procure, descubra no seu dia-a-dia, um espaço para estar com Ele.

2.
“ ... colocou os dedos nos seus ouvidos... tocou a língua dele...

“Efatá” que quer dizer: “Abre-te”.
Em meio a este mundo sedutor, com tantas atrações, hedonismo, conforto, bem estar, consumismo desenfreado, que sons captam meus ouvidos? Que palavras proferem minha língua? Consigo perceber para onde me encaminham?
Aproxime-se de Jesus, ouça-O dizer: “ Efatá” , “Abre-te”... Deixe que Ele mexa em seu coração, que a sua Palavra toque os seus ouvidos e sua língua proclame as maravilhas do Criador em você e em todas as pessoas...

3. “ Ele tem feito bem todas as coisas...”
Que tal, dar uma atenção especial à minha vida, ás minhas atitudes, à minha maneira de ser, de falar, de escutar as pessoas, de fazer as coisas? Tenho certeza de que tudo isso, a gente aprende na Escola de Jesus.. Jesus é o Mestre por excelência; é na intimidade com Ele, que se aprende a escutar... a falar... a ser pessoa segundo o coração de Deus. Matricule-se hoje mesmo em sua Escola, ainda há vagas... Você vai gostar!

· O que mais me tocou nesta oração?
· Que sentimento predominou em mim?
· Senti algum apelo, desejo, inspiração?
· Tive alguma dificuldade ou resistência?

- Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração. Reze um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Pai, renove sua fidelidade a Jesus. Registre no seu caderno -Vida o que foi mais importante na sua oração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?


Coloque-se diante do Mistério de Deus... Imagine o oceano... calmo...de águas tranqüilas... de azul intenso... ao cair da tarde. Na sua imaginação.... lentamente comece a caminhar sobre as águas... sinta a temperatura das águas... a brisa leve soprando em seu corpo... sinta o cheiro do mar. Respire lenta e profundamente... o ar que adentra em você, está carregadinho de Deus... Ao expirar o ar de seus pulmões, você está eliminando todas as suas tensões, toda a negatividade alojada dentro de você. Peça ao Espírito Santo para que Ele conduza sua experiência de oração.
Agora, já podemos iniciar a nossa oração, pedindo a graça de: confiar mais e mais em Jesus, no seu amor, poder e misericórdia. Que Ele liberte você de todos os seus medos, sobretudo do medo do que os outros vão pensar ou dizer de mim...
Texto: Mc 4, 35-41 - Leia atentamente o texto.
Subitamente o cenário muda... Desencadeia-se uma violenta tempestade: raios, trovões, ventos fortíssimos e ondas gigantescas põem em risco a pequenina embarcação, que é lançada de um lado para outro, prestes.
Apavorados os discípulos gritam: “Mestre, salva-nos que perecemos”! ... Jesus acorda, ameaça o vento e diz ao mar: “Silêncio! Cala-te!”... Seguiu-se uma grande calmaria.... Jesus diz aos discípulos e a mim também: Por que sois tão medrosos?” “Ainda não tendes fé?” Os discípulos sentiram grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este , a quem até o vento e os mares obedecem?” É Jesus... o Filho de Deus, nosso Salvador!,
A “outra margem”, o “outro lado” e abrir-se ao novo ao diferente... é um convite a ultrapassar os próprios limites... interesses e preconceitos.... a alargar os próprios horizontes
Jesus nos convida a sair da nossa própria margem, para ir à margem do outro e dos outros. Jesus não diz:”passem para a outra margem” e sim “passemos”. “vamos juntos” para a outra margem.!” Ele vai conosco, comunicando-nos seu desejo de abertura ao outro. Não existe ser humano de quem Ele não queira aproximar-se. Passar para a outra margem, exige mudança de atitude... por –se a caminho, é êxodo., é sair de si. Isto supõe coragem para enfrentar o medo, o risco do diferente, exige disponibilidade, abertura para o novo.

Passar para a “outra margem” é iniciar uma travessia sem saber exatamente as tempestades ou calmarias que vamos encontrar, porque o vento sopra onde quer, e como quer o Espírito.

Abra-se a novidade do Espírito, deixe-se conduzir por ele, preste atenção ao que Ele vai lhe falar, numa atitude de grande humildade, reconhecendo-se medroso/a, apegado/a a seus pequenos gestos de orgulho e vaidade...
Repita algumas vezes no silêncio do seu coração: “Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé”.
Ele é a força do caminho. Nunca se aventure a fazer a travessia sozinho/a ... Faça- a com o Senhor. Deixe ecoar no seu coração alguma frase que tocou seu coração.

Contemplo o final da cena: os discípulos estão admirados e ao mesmo tempo assustados.
Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Saboreio a paz do lago de Genezaré. Peça a Jesus que acalme o mar de suas ansiedades e medos... Que o Senhor faça calar em você, tudo aquilo que possa fazer você desconfiar de sua presença.

Revisão: Que ponto mais me tocou ? Que sentimentos, apelos e dificuldades experimentei na oração? Alguma resolução a tomar? Agradeça ao Senhor estes momentos passados em sua companhia. Anote, brevemente, no seu caderno vida, o que achar mais importante.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

"Vimos a sua Estrela"



Preparando o caminho... crie um espaço no seu interior e sinta-se repousando em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Respire lenta e profundamente algumas vezes. Desligue-se de tudo quanto possa desviar sua atenção do exercício. Deus está sempre presente, de braços abertos para acolher você.
Coloque no colo de Deus sua vida, seu novo ano, as experiências de dor, de sofrimento, seus sonhos, seus projetos e suas buscas.
Invoque a presença transformadora do Espírito Santo.
Graça a pedir: - Peça ao Senhor o dom da abertura dos olhos e coração para perceber os sinais apontados pela estrela.

Texto: Mt 2, 1 – 12
“Nos vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. A estrela guiou os Magos até Belém onde se encontrava o Menino recém-nascido. Deus se serve de uma estrela para conduzir os Magos ao encontro do “Messias” o Salvador. Serviu-se de Moisés para libertar o povo de Israel. Serviu-se de André para levar Pedro a seguir Jesus... Deus sempre se serve de pessoas, de acontecimentos, isto é, de alguma sinal para revelar sua vontade, seus projetos.

"Eles viram”... a sua estrela e partiram... deixaram seus projetos, sua acomodação., seus afazeres. Para ver uma estrela é necessário, estar atento/a olhar para o alto; procurar perceber qual o caminho a luz aponta para seguir.

Por vezes, no caminho, passamos por dificuldades, aborrecimentos, incertezas, dúvidas, decepções, a estrela parece ocultar-se na escuridão, aí vem o desânimo, a tentação de desistir, de retornar.

Os Magos também foram tentados a retornar para o seu país, ao perceber que a estrela não mais era vista; recobram o ânimo, pedem informações e prosseguem a viagem.
Um novo alerta nos é dado, pois na busca de informações, podemos encontrar algum “Herodes”, que mentirosamente também deseja adorar o Menino. É necessário retornar por outro caminho.
Deus é LUZ, está sempre a nos guiar; coloca “anjos” nos nossos caminhos, que quais estrelas nos conduzem ao “Pequeno” da gruta de Belém, filho da jovem Maria e do bom carpinteiro José.

Somos todos convidados/as a revelar ao mundo este “Pequeno Grande” com nosso testemunho. Isto acontece quando somos humildes, simples, acolhedores/as, aceitando a nossa fragilidade e limites; porque quem encontra Jesus é obrigado a caminhar por outro caminho. Caminho do amor, da mansidão, da solidariedade, do perdão, da justiça, da coragem, da oração e da esperança.
Busque uma palavra ou uma frase e permaneça com ela por alguns instantes... Tente perceber o que Deus está dizendo a você. Que apelos você sente para viver no seu dia-a-dia. Sinta-se envolvido/a pela presença carinhosa de Deus, que pode ajudá-lo/a a superar o medo e a criar confiança.
Louve e agradeça a Deus pelas iluminações e toques que chegaram até você através da Palavra de Deus. Registre em seu caderno vida, o que mais lhe falou nesta oração. Não se esqueça de olhar para o alto, para a Estrela - Jesus!
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ