quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ser humano é se aceitar terra



Preparar o “espaço sagrado” para o seu encontro com a Trindade Santa. Aquiete seu coração e mente, procure desligar-se de seus afazeres. Respire lenta e profundamente algumas vezes. Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Graça a pedir: - Olhar para si mesmo/a, retornar à própria terra através da escuta dos animais interiores para uma maior abertura para o Absoluto.
Composição de lugar: - Pela imaginação acompanhar ainda Jonas no ventre do grande peixe, refletindo, alargando seus limites, abrindo seu coração para acolher a luz de Deus. (Jn 2, 1 – 11).

I. Ser humano é se aceitar terra:
A palavra “húmus” quer dizer terra. Uma pessoa humilde é uma pessoa que se aceita como terra, como argila. Ser humano é se aceitar terra. Os “ninivitas”, na riqueza do seu espírito, de suas convicções, talvez tivessem se esquecido de que eram “terra”, de que eram pó. Converter-se é voltar-se para a terra.
A conversão não é, simplesmente, voltar-se para Deus; o texto de Jonas vem comprovar, mas voltar-se para a terra, retornar aos limites. Ir a Deus não significa sair de seus limites, mas abrir, alargar seus horizontes. Para ver a luz de um quarto nem sempre é necessário sair dele, basta abrir a janela.
Os ninivitas voltam-se para a terra, retornam ao essencial, aceitam seus limites. E é do fundo de seus limites que invocam a Deus. É no mais profundo de sua humanidade que eles reencontram o seu Criador.
Para ir a Deus não é necessário tornar-se menos humano, pelo contrário, é preciso tornar-se mais humano. Retornar à nossa humanidade, à nossa natureza, à nossa natureza terrestre, animal, é também nos aproximarmos de Deus.
É deixar a presença do Espírito descer até o templo do nosso corpo, ao templo do nosso espírito, ao templo de nossa humanidade.
Nínive se arrepende. Retorna à sua verdadeira natureza através do jejum, através da nudez, através do retorno à terra, através da escuta dos “animais” interiores e através da prece. Prece que outra coisa não é se não uma abertura para o SER Absoluto.

II. Abertura para o Absoluto:
Prece que é uma escuta deste lugar em nós mesmos de “onde venho e para onde volto”. Com este olhar sobre si mesmo/a não se é mais importuno para os outros.
O que é pedido à Nínive, não é a prática do amor, mas é primeiramente parar de importunar os outros.
Jonas é uma pessoa muito humana; vimos como diante da missão fugiu. Vimos como ele quer ficar deitado, como prefere o sono, mais dormir do que saber, mais dormir do que se conhecer.
Esta recusa de se conhecer a si mesmo, de aderir a este movimento de mais vida em nós provoca redemoinhos no exterior.

III. Convite a olhar de frente as sombras:
Chega-se a um ponto em que não se pode mais fugir, não se pode mais mentir, nem contar estórias. Somos obrigados a sermos autênticos. Não podemos mais fugir. O mergulho interior como fez Jonas, é um convite para em nosso mergulho interior, tomar consciência de nossas sombras e limites, do nosso ser terra, amá-lo, olhá-lo de frente e dar-lhe novos rumos. Através do mergulho interior, Jonas reencontrou o seu centro; encontrou no coração o seu “Eu”... a presença do Criador.
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”
Converse com Jesus, a respeito de suas sombras, de seus limites, de seus medos; que ele ilumine, conduza, mostre onde e como começar... Ele quer que você tenha mais vida.
Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

sábado, 29 de outubro de 2011

Levanta-te! Desperta! Vai! Anda!...



Preparando a “tenda” ou seja, o seu “santuário interior”. Convide a Trindade Santa para que venha rezar com você. Faça um exercício de pacificação, quietude interior, acalme seu coração. Respire lenta e profundamente algumas vezes... Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine, toque seu coração na área que necessita ser curado ou transformado, para um crescimento maior como filho/a de Deus.

Graça a pedir: De estar atento/a, de coração aberto para escutar e acolher a voz de Deus e prontidão para executar sua vontade.

Composição de lugar: Imagine-se andando pela praia contemplando o vai-e-vem das ondas e de repente percebe algo estranho numa delas: o grande peixe que lança para a terra um homem. Era Jonas, o homem que fugiu de Deus.... Por uns instantes ele está atordoado, depois firma-se com segurança sobre seus pés e caminha apressado ao seu destino – Nínive a grande cidade, conforme o Senhor Deus lhe ordenara .

Texto: Jn 3,1–10
A permanência no interior do grande peixe levou Jonas a cair na em si e a rezar a seu Deus. Rezou Àquele de quem fugiu e de onde não pode mais fugir. “Eu sei que “Tu podes reerguer minha vida, perdoar meus erros... Tu que és a Fonte de meu ser. Eu quero agora cumprir o que Tu me mandaste fazer”.
No momento em que Jonas aceitou o desejo que habitava nele, quando escutou a voz que falava nele, o “grande peixe o vomitou sobre a terra firme, lançou-o na praia.

a) Jonas escutou a mesma palavra de antes e de depois das provações. “Levanta-te, Jonas, desperta. Vai! Anda! Vai a Nínive, a grande cidade. Desta vez, Jonas levantou-se e foi a Nínive, seguindo as ordens do Senhor. Entrou na cidade anunciando: “Dentro de 40 dias Nínive será destruída”...

Na cidade de Nínive reinava a violência, o poder, a exploração dos homens pelos homens, desprezo, o desrespeito, a desigualdade. Tudo muito parecido com os nossos tempos, com as nossas “nínives”. Que tal, como Jonas seria recebido caso retornasse hoje e anunciasse esta notícia?

b) Ao tomar conhecimento desta nova, o Rei de Nínive levantou-se do trono, despojou-se de suas vestes, vestiu-se de saco e decretou jejum a todos os habitantes e até os animais, nem mesmo podendo beber água; todos vestiram-se de sacos e o próprio rei sentou-se sobre cinzas. Que todos clamassem a Deus e se convertessem de suas más condutas e deixassem toda espécie de ações violentas.
Que tal fazer também “jejum” não como prática de emagrecimento, mas na dimensão espiritual: fazer a experiência da falta . Descobrir que além dos vegetais que nos nutrem, é o Senhor da vida que nos nutre. É sentir também a nossa fragilidade. É uma maneira de retornarmos ao essencial, ao fim para que fomos criados.
Nos causa espanto que até os animais sejam submetidos ao “jejum” . Isto é simbólico. Dizem os antigos, tratar-se de fazer jejum em nossos “animais interiores”, isto é, em nossos impulsos, nossos instintos, a fim de que eliminadas essas energias, voltem ao nosso interior, essas forças que vão se transformar em forças de sabedoria e de iluminação.

c) Sentar sobre cinza
Esta atitude nos leva a tomar consciência da nossa condição passageira, transitória, de nossa fragilidade, de nossa limitações... sou poeira. “ Tu és pó e ao pó voltarás”. Por outro lado também é verdade: “Tu és luz e luz tu te tornarás”. Nós somos poeira e luz. No nosso dia-a-dia não podemos nos esquecer de que somos pó e nem de que somos luz... Poeira que dança na luz. Jesus nos diz: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha”(Mt 5,14).
É necessário cultivar a virtude da humildade. A humildade é a realidade. É ser aquilo que se é, nem mais e nem menos.
Converse com o Senhor... Escute o que ele tem a dizer-lhe... O que espera de você... Acolha tudo em seu coração.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

domingo, 9 de outubro de 2011

A experiência de um mergulho



Prepare o seu “santuário interior”, isto é o seu coração para o encontro com a Trindade Santa. Aquiete sua mente e seu coração... Respire lenta e profundamente algumas vezes.... Desligue-se de tudo o que possa ocupar sua atenção, distraí-lo/a neste momento. Peça ao Espírito Santo que ilumine e conduza seu momento de intimidade com o Senhor.

Graça a pedir: - Através do mergulho em seu interior, reencontrar-se consigo mesmo/a e com seu referencial absoluto - Deus Criador; reconhecer o seu lugar neste mundo, qual sua vocação e missão.

Composição de lugar: Com a imaginação perceber o vento impetuoso, o mar agitado, a tempestade grande ameaçando despedaçar a embarcação. Medo e terror dos marinheiros cada qual invocando seu deus e lançando no mar a carga para aliviar o navio... Jonas tranquilamente dormindo no porão do navio. Marinheiros resolvem lançar os dados para ver o culpado e a sorte recaiu sobre Jonas que assume a culpa e, é lançado ao mar e engolido por um grande peixe.

Texto iluminativo: - Jon 2, 1 – 11.

a)Jonas no ventre do grande peixe.
Jonas é o símbolo da pessoa que resiste... que quer permanecer deitada. É a pessoa que tem medo de mudanças, que não quer ficar de pé, que não quer arriscar sua vida, sair do próprio centro para ir ao encontro do outro.
No interior do monstro marinho, a passagem através do mar, Jonas mergulha no seu próprio ser, reencontra seu centro e cai na realidade. Toma consciência de suas atitudes. interroga suas resistências e seus medos, desses medos que o impedem de levantar-se, de começar a caminhada, de despertar, de anunciar a Nínive a palavra revelada.

b)Pedido a Jonas antes de ir a Nínive.
Antes de ir a Nínive Jonas precisa enfrentar a sua própria Nínive interior... Terá que enfrentar seus medos interiores, suas fraquezas, sua auto-suficiência, seu orgulho, sua soberba, egoísmo, e suas mazelas todas.
Em princípio, amar nossos inimigos não é amar aqueles e aquelas que nos perseguem, mas é, aprender a amar esta parte de nós que nós não aceitamos. A permanência no ventre do grande peixe levou Jonas a aprender a amar a sua covardia, seus medos, suas inseguranças, suas áreas escuras. Cada um/a de nós tem um inimigo em si mesmo.

c)O Senhor confia em você.
Peça que venha em seu auxílio e lhe ensine e mostre o caminho que você deve seguir.
“Isto é uma ordem: Sê firme e corajoso. Portanto, não tenha medo e não se acovarde, porque Javé seu Deus está com você onde quer que vá” (Jos 1, 9).
Veja bem, esta é uma ordem... não é um convite e nem um conselho. É preciso confiar, acreditar na Palavra do Senhor.
A passagem através do mar, esta incubação no ventre do grande peixe, nas tempestades e vendavais da vida, é uma condição para ser autêntico/a, para que se possa libertar de tudo aquilo que impede de revelar a todos o rosto luminoso de um/a filho/a de Deus.
Se você deseja crescer, sair da mesmice procure rezar e refletir sobre estas questões:
• Qual é o meu lugar neste mundo?
• O que vim fazer nesta terra?
• Qual é a minha missão?
• Qual é a minha vocação?
Com a iluminação do Espírito Santo que o Pai dará aos que o pedem você compreenderá que não há facilidades no caminho da luz, é subir montanhas, transpor porões, desafiar fantasmas... tudo isso é crescer.

Converse com Jesus como um amigo conversa com o amigo, peça a sua ajuda, que Ele o/a liberte de tudo aquilo que o/a escraviza, faça sair do próprio centro para dar espaço a Deus que quer fazer parte da sua história.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Deitado, dormia a sono solto



Preparando a “tenda” ou seja, o seu “santuário interior”. Convide a Trindade Santa para que venha rezar com você. Faça um exercício de pacificação, quietude interior, acalme seu coração. Respire lenta e profundamente algumas vezes... Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine, toque seu coração na área que necessita ser curado ou transformado, para um crescimento maior como filho/a de Deus.

Pedido da graça: Estar despertado/a, acordado/a, disponível para escutar a voz de Deus e reconhecer seus apelos no mais profundo do meu ser, mesmo se esta voz tem exigências que me causam medo.

Texto: Jn 1, 1 – 16
A Palavra de Deus é viva, eficaz, dinâmica; é movimento, é saída...A Palavra de Deus foi dirigida a Jonas, ordenando:
• Levanta e vai...
• Desperta, levanta-te....
• Levanta, põe-te a caminho...

Jonas é aquele que prefere ficar deitado e quando a voz Viva vem visitá-lo em seu íntimo, ele resiste. Jonas é cada um/a de nós. É cada um/a de nós em seu contato com o Criador, com as dificuldades que este contato pode trazer com as esperanças que ele pode despertar e também o medo que ele pode trazer.

O Livro de Jonas pode ser para nós uma oportunidade de nos questionarmos sobre nossa vocação e missão. Sou uma pessoa única e irrepetível. .. O que devo fazer nesta vida, pessoa alguma poderá fazê-lo em meu lugar.

O livro de Jonas me convida a escutar em mim mesmo/a o desejo mais profundo que acalanto
no profundo do meu ser.
Jonas, Iona em hebraico quer dizer – pomba. Uma pomba de asas aparadas. Jonas é o símbolo da pessoa deitada, adormecida, anestesiada; da pessoa acomodada, satisfeita consigo mesmo/a, que não quer crescer e não quer assumir compromisso algum.

É símbolo da pessoa que foge de si mesmo/a, que foge de sua identidade, que foge de sua voz interior. A fuga desta voz interior traz conseqüências sobre os outros, vai provocar problemas que repercutirão no ambiente exterior.

Sua vidinha lhe basta... O que lhe é possível compreender com sua razão está bem, lhe é suficiente. O que pode sentir e captar com os cinco sentidos, lhe basta. Não se dispõe a escutar e a seguir a voz que lhe fala mais profundo.

O que me pode colocar de pé? O que pode fazer com que minha vida valha a pena ser vivida? Por que não ficar deitado/a? Em que trabalho e para quem trabalho? Para que me levanto a cada manhã? Não seria preferível permanecer na cama, dormindo?

Quando minto para mim mesmo/a quando fujo de minha vocação, quando renego o meu ser essencial, acarreto conseqüências nefastas, não somente para mim mesmo/a, mas também para o meu ambiente e minha comunidade.

Este é o símbolo da tempestade que vem agitar a barca. A maioria das vezes, eu não aceito minhas falhas e limitações e projeto nos outros a culpa.
Estar em harmonia consigo mesmo/a, escutar sua voz interior, mesmo se esta voz tem exigências que me faz medo, é bom para mim mesmo/a e não causará conseqüências nefastas para o meu próximo.

Em lugar de ir à Nínive, “cidade dos inimigos” conforme Deus lhe ordenara, Jonas fecha os ouvidos e vai exatamente em sentido contrário. Ele foge... Toma um barco e vai para Tarsis, “cidade a beira-mar” para descansar, passar suas férias.

Tome consciência de que suas iluminações, experiências, libertações e compromissos assumidos, você os leva em “vaso” muito frágil, de argila... Necessitam de fidelidade, de vigilância e de perseverança.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

domingo, 4 de setembro de 2011

Eu te estabeleci como vigia



1. – Preparar o encontro: Entre em seu “espaço sagrado”, esse tempo é totalmente seu e não pode ser atrapalhado por ninguém. Aí você está em contato consigo mesmo e com Deus, com a dimensão sagrada dentro de você. Aquiete seu coração e sua mente. Neste tempo em que você está conectado consigo mesmo (a) e com Deus, lhe faz bem... Traga para a oração sua comunidade, alguma pessoa que seja necessário apontar algum erro. Invoque o Espírito Santo, que ele ilumine e conduza este seu momento de oração.

2. Pedido da graça: - Que o Senhor revista meu coração e minha mente com seus olhos e coloque na minha boca as palavras revestidas de amor ao apontar alguma falha de alguém.

Texto: Ez 33, 7 – 9. Leia lentamente algumas vezes o texto, parando, escutando e saboreado as palavras que mais lhe tocarem.

a) Assim diz o Senhor: “Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel”...
Vigiar = passar a noite sem dormir; sentinela; guarda; prontidão; alerta.
“Eu te estabeleci vigia...” Deus delega a mim a responsabilidade de ajudar meu irmão, de fazer a correção fraterna quando necessária, não contudo para apontar, condenar, criticar, recriminar, mas para estender-lhe a mão, para dar-lhe um suporte...

A palavra do Senhor é forte, incisiva. Ele não me pergunta se eu quero, mas diz: “Eu te estabeleci como vigia”. O Senhor nos dá uma grande responsabilidade... Uma coisa bastante difícil para o ser humano, sobretudo nos dias de hoje, é aceitar que alguém lhe aponte suas falhas e limitações. Geralmente, quando nos surpreendemos no erro, de imediato nos desculpamos e acusamos os outros como culpados.

Enquanto acusamos os outros, usamos a dinâmica do paraíso terrestre e não assumimos a nossa culpa, não teremos paz, não crescemos espiritualmente, pois nos relacionamos com os outros como adversários e não como irmãos.

b) “Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu deves advertir em meu nome... “.
Jesus disse: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo”! Se ele te ouvir, tu ganharás o teu irmão”.
O verdadeiro amor, o perdão autêntico, não deixa as pessoas no erro. Amar um irmão implica em ajudá-lo a crescer em todos os níveis e em todas as dimensões; implica desejar “ganhar o irmão” para a comunidade.
Corrigir é obra de amor, nunca é extinguir energias ou sufocar entusiasmos. A Igreja é formada não só de pessoas santas, mas também de membros pecadores.

c) A carta de São Paulo aos Cl 3, 12-14 nos ajuda nesta tarefa dando dicas para o nosso proceder.
“Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição. Que a paz de Cristo reine no coração de vocês.

Converse com Jesus... Peça um coração manso e humilde como o dele; que ele lhe ensine como se achegar, como falar, o que falar, como ajudar as pessoas a fim de que possam fazer o Reino de Deus acontecer...

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

sábado, 27 de agosto de 2011

Antes que a porta se feche



Prepare o seu coração para o encontro com a Trindade... Procure um lugar tranqüilo. Aquiete seu coração... sua mente... sua vontade... Respire lenta e profundamente algumas vezes. Sinta o ar entrando e saindo de seus pulmões... Se quiser repita uma palavra... uma frase inspiradora... um refrão... ou contemple em sua imaginação o cortejo das jovens, com suas lâmpadas acesas nas mãos dirigindo-se alegres e felizes para o local do encontro. Invoque o Espírito Santo para que ele conduza e ilumine este seu momento de oração.

Oração preparatória:
“Consiste em pedir a Deus nosso Senhor para que todas as minhas intenções, ações e operações sejam puramente ordenadas a serviço e louvor de sua divina majestade”.

Pedido da graça: - Com a lâmpada acesa na mão sob a orientação de Jesus, conhecer-me na linha da autenticidade, no mais profundo do próprio “ser”.

Texto: MT 25, 1-13 .
Acompanhe as jovens que esperam a chegada do noivo. As jovens previdentes trouxeram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas e as imprevidentes não... A noite foi avançando... o noivo tardava e o sono chegou...
Imagine a aflição das jovens ao ouvir o grito: “O noivo vem chegando ide ao encontro”. O desespero das jovens imprevidentes.... E... a porta se fechou!...

O convite para mim, hoje, é: Atenção!... Vigilância!...
Vigiar, estar atento/a a quem e a que?
À chegada do Mestre Jesus, com minha lâmpada acesa, tendo juntamente a vasilha com óleo para ir abastecendo-a no caminho quando a escuridão da noite se fizer, retardando a chegada do noivo e a porta se fechar.

À luz da lâmpada olhar como está minha casa interior, meu coração, minha vida, minhas relações com as coisas, com os outros, comigo mesmo/a, e com Deus.
O que eu preciso melhorar, mudar, renovar em mim, no meu modo de ser, de pensar e de agir...
“Seja fervoroso e mude de vida! Já estou chegando e batendo à porta. Quem ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entro em sua casa e janto com ele, e ele comigo” (AP 3, 19 – 20).
É preciso estar sempre de atalaia, muito atento/a às subtilezas do inimigo, á força do mal que muitas vezes se nos apresenta disfarçada em anjo de luz, sob aparência de bem, focando o meu próprio centro e bem-estar... levando-me a me esquecer de carregar a vasilha de óleo para minha lâmpada.
Que Jesus possa ir pontuando as áreas que é preciso trabalhar, enquanto é dia, antes da porta se fechar.
Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?
Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Salmo: Tudo é Dom do Amor



Manuel Eduardo Iglesias,SJ

A gente, Senhor, pode passar pela vida
como cego
se não enxergar o AMOR;
como surdo
se não escutar tua voz.

Dá-me, Senhor,
capacidade de ver e escutar!
Quem sou eu? Sou aquele que
poderia não ter existido, e existo.
Sou puro dom gratuito.

- O sol que me alegra,
a natureza que me sustenta,
o ar que eu respiro,
são dons que não mereço.

- Os pais que tenho,
os amigos e os colegas,
os sábios e os artistas,
são dons que me enriquecem.
- O Cristo, a fé, a Igreja,
Maria e os Santos,
A Eucaristia e o mundo,
são dons inesperados.

- O grande, Senhor, é que:
No sol,
nos amigos,
no Cristo,
na vida...
Tu estás presente,
Tu ages dia e noite,
Tu me dizes, lá dentro:
Eu te amo!

A minha vocação é
SER DOM, Senhor,
Para os outros, para ti.
Assim, através do meu dom,
Outros escutarão o que lhes dizes:
EU TE AMO!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um gesto gratuito


I – Preparar o encontro: Entre em seu “espaço sagrado”, esse tempo é totalmente seu e não pode ser atrapalhado por ninguém. Aí você está em contato consigo mesmo e com Deus, com a dimensão sagrada dentro de você. Neste tempo em que você está conectado consigo mesmo (a) e com Deus, lhe faz bem... Revigora suas forças e você volta a ser inteiro (a).. Ele cura suas feridas e ilumina seu interior naquilo que se enturvou. Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza sua experiência de oração.
Respire lenta e profundamente algumas vezes... Desligue-se de tudo o que possa perturbar este encontro com o Absoluto.

II - Composição de lugar: -
Ver com os olhos da imaginação o vilarejo de Sunam... Imagine a senhora rica, de coração generoso, acolhendo Eliseu em sua casa para a refeição. Não sabia quem era, mas intuiu que é um santo homem de Deus. Dialoga com o marido e propõe preparar um quarto para este homem quando retornasse por aí. Deus lhe concede um filho sem que ela lhe verbalize o pedido.

III - Pedir a graça: -
“Pedir a Deus, nosso Senhor, o que quero e desejo”. Pedir ao Senhor a graça de uma grande abertura de coração para que Ele possa agir, e de escutá-lo no que ele tem de mais profundo ultrapassando certas objeções piedosas, certas resistências...

Texto: - 2 Rs 4, 8-11.14-16;
Leia o texto lentamente, saboreando as palavras, parando naquela em que mais se sentir tocado(a), aquela que mais vibrou dentro de seu coração.
1. Dar-se conta da delicadeza e dos detalhes... Fazer um pequeno quarto... Onde? No terraço, lugar mais seguro, claro, iluminado, ventilado, cheio de sol, possibilitando contemplar a natureza, as maravilhas do Criador. Não foi no porão, lugar frio, escuro, úmido... Material usado: alvenaria, material sólido resistente, seguro.
Uma cama... uma mesa...uma cadeira... um candeeiro... Justamente o necessário para refazer as energias, para um repouso, e lua para se locomover e banir a escuridão . que simplicidade!
Que tal rever um pouco minhas atitudes: de acolhimento, de simplicidade, de abertura ao outro... Rever um pouco os rótulos que vou colocando aqui e acolá, nesta ou naquela pessoa; muitas vezes centrado(a) em mim mesmo(a) não percebo a necessidade do outro, o seu sofrimento, sua necessidade de uma palavra, de um ouvido para escutar sua dor, seu lamento... esquecendo-me das palavras de Cristo : “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus , a Mim o fareis” ( MT 25, 40). Não é fácil em nossa indiferença, ver num rosto sujo, descuidado, desfigurado, o rosto de Jesus Cristo.
“A mulher intui que Eliseu era um santo homem de Deus”. Para isso é preciso estar atento (a) à voz do Espírito que clama dentro de nós.

2. “Eliseu pergunta a seu servo: que se poderia fazer para esta mulher?” - “ É inútil perguntar-lhes; ela não tem filhos e seu marido já é velho...”
Quando para o ser humano parece não haver solução, para Deus tudo é possível. De um útero velho, estéril e murcho, Deus faz brotar a vida.
A mulher nem se quer expressou seu desejo de ser mãe e o Senhor na sua gratuidade sem limites, lhe concede um filho.
No meu dia-a-dia, como manifesto a minha confiança em Deus, diante das diversas situações difíceis, quando não vejo saída? Acredito que ele é Pai e sabe o que preciso mesmo antes de lho pedir? Deus sabe melhor do que eu o que é melhor para mim!
Temos muitas oportunidades de crescer na confiança e na abertura de coração. Somos convidados(as) a perceber apelos de Deus, mesmo em meio ao sofrimento, perseguições e experiências do mal.
Que o Senhor me ensine a confiar na sua Palavra, no seu grande amor por mim, por nós, suas criaturas amadas antes mesmo da criação do mundo...

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze o Salmo 27/26, belíssima oração de confiança; um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sábado, 25 de junho de 2011

A Mensagem da Flor




1.Olhe a flor, que abre a sua corola,
Buscando luz vida e calor.
Eleva aos céus como que uma prece,
A entoar do Pai o louvor.

2.Venha a prender algo com a flor,
A receber e dar também amor.
Abrir-se à vida, descobrir, criar,
E ter em si de Deus o olhar.

3.Deus teve um sonho e quis realizar,
Fazer feliz cada filho seu.
Como irmão, Filho e senhor,
Imagem viva do Pai Criador.

4. Ser sal, ser luz e bênção para o irmão,
Compreender, amar e dar perdão.
É cantar a mesma canção,
Que nos liberta e abre o coração.

5. Como as flores dêmo-nos as mãos,
Numa ciranda, num só coração.
Grite alto: paz, amor, união!
Celebre a vida, viva em COMUNHÃO.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

domingo, 5 de junho de 2011

Sereis minhas testemunhas



Entre no coração da Trindade Santa para fazer a sua oração e faça dele o seu santuário interior. Acomode-se... Sinta–se envolta/o em toda uma atmosfera de paz, ... luz,... harmonia, ...ternura. Sinta o grande amor que Deus tem por você. Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza a sua experiência de oração.
Respire lenta e profundamente algumas vezes. Tome consciência do ar entrando e saindo dos seus pulmões. ..O ar é carregado da presença de Deus. .. Aspirar Deus como se aspira o ar... Expresse seu desejo, fome e sede de Deus... Encha os pulmões de ar e sinta intensamente a presença de Deus que é vida, graça, energia, amor e perdão.

Graça a pedir: - Conhecimento interno de Nosso Senhor para mais amá-lo e segui-lo, alargando assim, meus horizontes a serviço do Reino, saindo dos meus próprios esquemas e acomodação esperando que os outros façam e tome a iniciativa

Texto: At 1, 1 – 11
1.“Mas recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra...” At 1, 8
Recebendo o mesmo espírito que guiou toda a missão de Jesus, os apóstolos estarão preparados para testemunhar Jesus, continuando o que ele começou a fazer e ensinar. Esta é a tarefa apostólica de todo o cristão, que forma a Comunidade de Jesus. Através do meu testemunho Jesus Ressuscitado continua presente e atuando na história.
O Reino não vai acontecer de um momento para outro, como toque de mágica ou milagre. Ele será fruto do testemunho dado por mim, pelos discípulos no mundo inteiro.
Peça a Jesus para compreender a grandeza da missão a que se é chamado/a, recebendo o Espírito Santo, a sua força para ser “testemunha do Reino”, aqui e agora.
Você pode ser testemunha aí onde você está... onde você trabalha... na sua Jerusalém, na sua Judéia, na sua Samaria, onde quer que você esteja....

2.“Homens da Galiléia, por que vocês estão aí parados,olhando para o céu”?(At 1, 11).
A Palavra de Deus é viva, eficaz e dinâmica... Ela quando acolhida, movimenta... desinstala, mexe fundo, abre novos horizontes, novas perspectivas. Faz sair do nosso “mundinho”, deixar nosso comodismo, nosso egoísmo, ela descentraliza... tira o nosso “eu” do centro.
É bem mais cômodo ficar parado... cruzar os braços, vendo o “circo pegar fogo”, olhando para o céu, esperando que o “pacote” caia prontinho lá de cima. Há tanto bem a fazer por este mundo afora... tanta gente com sede e fome de Deus.
Faça silêncio em seu coração e escute o que Jesus tem a lhe falar lá no íntimo do seu ser. Deixe a luz do céu entrar... abra bem as portas do seu coração... da sua mente... dos seus olhos... Não espere mais! O tempo está passando... Hoje é o dia que o Senhor fez para nós, para mim, para você. Não! Não espere mais... Comece hoje... agora.... o tempo urge!

3. Mt 28, 19 – 20.
“Portanto, ide a fazei discípulos meus todos os povos batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei”.
Note bem não é um convite é uma ordem. Por isso, vai... não tenha medo... Temos a garantia da promessa de Jesus: “Estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28. 20 b ).
Converse com Jesus a respeito da proposta da missão; sua disposição... seus desejos... Peça que ele ilumine seu coração... mostre o caminho... onde começar... o que fazer... como fazer.
Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?
Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.
Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

quarta-feira, 18 de maio de 2011

" Minhas ovelhas escutam minha voz"


Procuro armar minha “tenda” para o encontro com a Trindade, visualizando pela imaginação, um prado ou campina bonita, verdejante... um riacho com água limpa, fresca. Começo a acalmar o meu coração, minha mente... Respiro algumas vezes lenta e profundamente descarregando todas as tensões que trago dentro de mim. Invoco o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza este momento de oração. Convido Maria e José para que venham compor a minha comunidade e rezar comigo.

Graça a pedir: - Que o Senhor aqueça meu coração com grande espírito de fé e tenha um ouvido de discípulo capaz de escutar, discernir sua voz para segui-lo.

1. Era inverno... Interessante o Evangelho faz referência ao ciclo de uma estação. No inverno tudo se torna diferente... A natureza se torna por vezes sombria, o céu coberto de nuvens cinza... As árvores em geral sem folhas... a paisagem fria se apresenta com certa melancolia. As pessoas têm necessidade de colocar mais agasalho para se aquecer; ficam encolhidas, sem vitalidade.

Os judeus duros de cerviz e de coração, duvidam da “messianidade” de Jesus
que lhes dá a seguinte resposta: “ Já vo-lo disse, mas vós não acreditais.... Vós, porém não me acreditais porque não sois das minhas ovelhas”...

No inverno as folhas caem, a natureza todo se ressente... Aparenta estar morta, sem vida... Assim, Jesus nos adverte que precisamos crescer, aumentar a nossa fé ainda tão frágil, tão pequena... Ele nos convida a reavivarmos nossa fé, acreditar nele, nas suas palavras, nos seus sinais, no seu amor, na sua luz.
Jesus diz: “Eu vim como Luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”(Jo 12, 46).Cada pessoa, cada Comunidade deve se deixar iluminar pela luz, respingar luz nos caminhos da humanidade sedenta de vida.

2. “As minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me conhecem”.
Há uma diferença entre: ouvir e escutar. Ouvir é uma qualidade biológica do ser humano (há exceções sem dúvida). “Escutar” vai mais além... tem uma dimensão mais profunda... É perceber, é tomar consciência do que está por detrás da palavra, nas entrelinhas. É atitude do discípulo, de quem realmente quer “escutar” o Mestre. “ Fala, Senhor, que teu servo escuta”...

Você já fez a experiência de se colocar diante do Senhor, numa atitude de “escuta”? Atitude de discípulo que quer realmente aprender, quer estar com o Mestre? Experimente! Faça silêncio em seu coração e... fique à espera do seu “sinal”...
Fique conectado/a à “Fonte Verdadeira” – JESUS ! Escute!...

É necessário acreditar... “O Senhor desperta cada manhã o meu ouvido para que eu ouça como discípulo”. Se não escuto faz-se necessário indagar o “porquê”... Qual é a causa... Qual a qualidade da sua escuta e de suas palavras? Você percebeu que, para escutar, é preciso ter silêncio interior?
Converse com Jesus como um amigo conversa com o amigo, pergunte, agradeça, faça seus pedidos... silencie... Escute o que ele tem a lhe dizer.

“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me conhecem”.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
O que mais me tocou nesta oração?
Que sentimento predominou em mim?
Senti algum apelo, desejo, inspiração?
Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações, toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.

Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Desperta, tu que dormes


Prepare sua “tenda” para o encontro com o Senhor. Pacifique sua mente e seu coração... Respire lenta e profundamente algumas vezes... Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza seu momento de oração... Faça a oração preparatória....

Peça a graça: - Que o Senhor me ajude a me libertar da minha cegueira e eu possa irradiar a luz de Deus onde quer que eu esteja.

Texto para a oração: Ef 5, 8-14
1. “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor...”
Trevas significa escuridão, ausência de luz... Embora tendo olhos nada se pode enxergar. Faltando luz cambaleamos, tropeçamos, caímos, perdemos o rumo e a direção. Precisamos de luz para nortear a nosso vida. Jesus diz: “ Eu sou a Luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas possuirá a luz da vida”(Jo 8,12).
Portanto, Ele é o nosso companheiro de jornada, Ele é o caminho a seguir. Em outra passagem do Evangelho, Jesus diz: “ Vós sois a luz do mundo”(MT 5,14).“Somos filhos da luz. E o fruto da luz chama-se bondade, justiça, verdade”. Estas afirmações nos levam a pensar... Como filho/a da luz, não posso escondê-la; preciso iluminar os caminhos por onde passo com a minha luz, minha verdade, minha justiça, meu modo de ser, de pensar e agir.
Converse com o Senhor, manifeste-lhe o seu desejo de ser luz, de irradiar essa luz da qual você é portador/a, na sua família, no seu trabalho, na sua comunidade., onde quer que você esteja ou atue.

2. “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá “ ( Ef 5, 14 ).
Só é possível perceber a luz quando se está acordado. A pessoa adormecida, anestesiada, acomodada, é aquela que não quer se levantar, que não quer crescer, não quer mudar seus esquemas mentais e não quer se comprometer com nada. Estar acordado/a é trocar o coração de pedra por um coração que não esteja fechado à verdade, centrado em si mesmo. Sua vidinha lhe basta.
A Palavra de Deus é dinâmica, é movimento, é desinstalação, saída de si mesmo/a. Os fatos e as coisas têm a cor da lente através da qual enxergamos. Se eu estou adormecido/a, só verei as coisas que dormem, e só poderei perceber isso quando despertar.
A vida passará ao meu lado sem que a possa sentir, viver... Sem que eu a possa desfrutar de sua beleza como dom precioso do Criador...
Como me libertar, se eu mesmo/a não tomo consciência das cadeias que me prendem ou não aceito fazer mudanças?

Converse com Jesus... peça-lhe força, luz e coragem de se levantar, para se libertar da escravidão de determinados esquemas mentais e sociais que o/a mantêm prisioneiro/a.Convide Jesus para visitar as áreas do seu coração e ir apontado aos poucos tudo aquilo que precisa ir mudando, ir se libertando.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
O que mais me tocou nesta oração?
Que sentimento predominou em mim?
Senti algum apelo, desejo, inspiração?
Tive alguma dificuldade ou resistência?

Termino minha oração, com a certeza de que, ajudada/o pelo Senhor, tudo pode ser reorganizado em minha vida. Peço-lhe que, na força de seu amor, tudo ocupe em mim, o seu devido lugar. “Livra-me, Senhor, de todo o mau caminho! Quero viver, quero sorrir, cantar! Pelos caminhos da eternidade, Senhor, terei toda a felicidade. Renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste... continue seu dia saboreando o que o Senhor lhe falou no encontro com Ele...

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

quarta-feira, 16 de março de 2011

Voltai para mim


Preparar o encontro:
Escolha uma posição corporal que o(a) ajude em sua oração... coloque-se diante do mistério de Deus: Pai, filho e Espírito Santo. Faça um breve exercício para acalmar-se, aquietar-se e concentrar-se. Em clima de silêncio e recolhimento, respire algumas vezes lenta e profundamente. Coloque sua atenção na respiração... perceba o movimento dos pulmões à entrada
do ar puro... carregado... Se quiser repita uma palavra... uma frase inspiradora... um refrão... ou contemple em sua imaginação uma paisagem ou uma praia, os movimentos das ondas... Invoque o Espírito Santo para que ele conduza e ilumine este seu momento de oração.
Graça a pedir: Abrir meu coração à minha verdade assim como ela é, para que o Senhor possa, nesta quaresma transformar minha vida.

Texto: Joel 2, 12-18 – “Voltai para mim com todo o vosso coração... Rasgai o coração e não as vestes...”
E é bem aí... é no nosso coração que sai toda espécie de maldade: as más intenções, a prostituição, os roubos, os homicídios, os adultérios, as ambições sem medidas, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, etc ( Mc 7, 20-22).
O ser humano vive tentando fugir de algo que está dentro do seu interior... e tanto o que procura como aquilo de que foge, está dentro de si mesmo. É preciso acordar... A solução de todos os nossos problemas está dentro de nós. Despertar é abrir os olhos à realidade... Ir à raiz das coisas. E a raiz de todos os nossos conflitos e problemas é o “eu”... Ai a grande necessidade de bem discernir as coisas. Podem ajudar algumas questões, como: Qual a origem desta situação ou do que estou sentindo ? Para onde isto me leva? Me aproxima ou me afasta de Deus? Se me aproxima, prosseguir... se me afasta cortar.

1. Mergulho interior:
É necessário encontrar-se consigo mesmo e aprender a encarar a própria verdade, dar o nome verdadeiro a cada coisa, para não viver no engano.
Observar a nós mesmos e estarmos atentos/as a tudo o que acontece dentro de nós e à nossa volta. É a observação que vai nos mudar! “A vida não observada, não examinada, não vale a pena ser vivida, porque não é vida.... A vida não conhecida não vale a pena ser vivida “ (Sócrates).
É preciso tirar as vendas para poder enxergar. Se não vemos, não temos como descobrir os bloqueios que não nos deixam enxergar...
Não vamos mudar por causa de nossa ida à Igreja, nem pelas novenas que fazemos aos santos. Na verdade, “nós é que temos de mudar”. Ninguém serve a Deus quando bate no peito e diz: “Senhor! Senhor!”, mas aquele que faz a vontade do Pai. E a vontade do Pai é que sejamos fiéis à verdade, porque só a verdade nos libertará.
Temos medo da verdade e preferimos criar “ídolos” com a mentira e os disfarces.... Você é o que é, independentemente do que os outros digam e pensem.

2. Luta contra as afeições desordenadas:
Toda a luta não é contra as coisas. Elas são inocentes e todas foram criadas por Deus boas e capazes de gerar o bem, gerar mais vida. Quem torna as coisas boas ou ruins é o ser humano, que possuindo o precioso dom da liberdade pode escolher e optar entre o bem e o mal, entre aquilo que o faz crescer e o que o torna escravo de si mesmo ou das coisas.
“Realmente, não consigo entender o que faço; pois não pratico o bem que quero, mas faço o mal que detesto” (Rm 7, 19 ).

Todos nós somos chamados a viver todo um processo de conversão. Vivemos em um mundo cheio de “seduções”, de idéias “ligth”, dietéticas, destinadas a não nos comprometer com a vida. A grande maioria das pessoas quer um estilo de vida que não exija abandonar aquilo que satisfaz o ego, o comodismo.
Converse com Jesus como um amigo conversa com o amigo, peça a sua ajuda neste tempo especial de preparação à grande festa da Páscoa, que o(a) liberte de tudo aquilo que o(a) escraviza, faça sair do próprio centro para dar espaço a Deus que quer fazer parte da sua história.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
• O que mais me tocou nesta oração?
• Que sentimento predominou em mim?
• Senti algum apelo, desejo, inspiração?
• Tive alguma dificuldade ou resistência?

Agradeça ao Senhor as iluminações e toques recebidos e percebidos durante esta sua experiência de oração, renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste; registre no seu caderno-vida aquilo que ficou mais forte em seu coração.
Ir. Teresa Cristina Potrick,ISJ

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acolhendo as diferenças


Comece o seu encontro com o Senhor, criando um “espaço interior” que ajude você a se dispor internamente para entrar em sintonia e na intimidade com Deus Pai, Filho e Espírito Santo; peça a Maria e ao bom pai São José que venham rezar com você... Abra seu coração para receber as graças e bênçãos que a ternura de Deus quer lhe conceder...
Graça a pedir: - Permitir que Jesus entre em seu coração, templo vivo do Espírito Santo e aponte para você, os conflitos e tensões a serem trabalhadas para que aconteça a reconciliação.

Texto: MT 5, 23 24.
“Se estiveres, pois para apresentar a tua oferta no altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta aí diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois vem e faze a tua oferta”...

1. Exigência do Evangelho: -
Não se trata de justificar se tenho ou não razão, se estou certo ou errado... A exigência evangélica é radical... “Se teu irmão tem algo contra ti... deixa tua oferta diante do altar e vai fazer a reconciliação”.
Sem este gesto, o Senhor nos ensina que Ele não pode acolher-nos à sua mesa; que a Eucaristia nasce do amor com que Ele amou todos os seus que estavam no mundo e com o qual os ama até o fim (Jo 13, 1).

2. “Vai reconcialiar-te”... :
O Senhor não convida nenhuma das partes a evitar simplesmente as tensões e os conflitos, mas a defrontá-los e a superá-los no espírito de verdadeira reconciliação, já na sua ação criadora, Deus oferece um fundamento das diferenças e diversidades dos seres. A narrativa da criação insiste muito sobre esta obra divina que separa a luz das trevas, o dia da noite, o homem da mulher, os gêneros e as espécies. No vértice da escala dos seres criados e da sua diferença, Deus colocou o ser humano, único e irrepetível, criado “à sua imagem e semelhança”.

Nestas diferenças que são a nossa riqueza, situam-se nossos conflitos e tensões. Contudo, o ser humano serve-se de todas as diferenças de raça, cultura, educação, sexo e temperamento – para convertê-las em outras tantas formas de ódio, raiva, rancor, desamor, falta de perdão.

3. “Eu, porém vos digo: não enfrenteis o malvado!”
É fácil perceber o mal, “o malvado” distante de nós, no outro, , na sociedade no mundo... No entanto, o mal existe dentro de nós, no nosso coração... É daí que sai toda espécie de maldade.

Se por um lado temos nossas diferenças, por outro temos a grande variedade de “carismas”, isto é, de dons, que no dinamismo e na luz do Espírito Santo podem ser explorados construindo assim, a fraternidade, a comunhão e a paz... ( I Cor, 12, 14 ).

Que tal partirmos para fazer a “diferença ”?
“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”...
Se você for afetado(a) por palavras, incompreensões, gestos, ou atitudes maldosas, agressivas, lembre-se das palavras de Jesus: “Não enfrenteis o malvado”. Não revide, não devolva na mesma moeda, não coloque mais lenha na fogueira... Faça silêncio... não se coloque à altura do que recebeu... O Pai que conhece a fundo o seu coração, dar-lhe-á a recompensa.

Terminada a oração, reveja brevemente como se saiu nela, perguntando-se:
O que mais me tocou nesta oração?
Que sentimento predominou em mim?
Senti algum apelo, desejo, inspiração?
Tive alguma dificuldade ou resistência?

Termino minha oração, com a certeza de que, ajudada/o pelo Senhor, tudo pode ser reorganizado em minha vida. Peço-lhe que, na força de seu amor, tudo ocupe em mim, o seu devido lugar. “Livra-me, Senhor, de todo o mau caminho! Quero viver. Quero sorrir, cantar! Pelos caminhos da eternidade, Senhor, terei toda a felicidade”... Renove sua fidelidade a Jesus. Reze um Pai-Nosso ou outra oração que você goste... continue seu dia saboreando o que o Senhor lhe falou no encontro com Ele... Registre o que foi mais marcante em seu caderno-vida.

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Põe-te de pé. Torna-te luz!


Senhor, eu quero ser como aquela estrela,
Que guiou os Magos até Belém...
Quero ser como a estrela
Que ilumina o caminho,
Das pessoas errantes, caminheiras,
Sem rumo, sem direção!

Oh! Não, Senhor!
Ser Estrela é estar no alto,
É aparecer, é brilhar... Não!
Eu quero ser como a Nuvem luminosa
Que guiava no deserto ,
As noites escuras do Povo de Deus!

Oh! Também não, Senhor!
Ser Nuvem luminosa ainda é ser grande,
É atrair, é chamar a atenção...
Sou pequena criatura, reflexo do teu amor,
Feita para pequenas coisas,
Apenas para iluminar... Ser luz!

Quero ser, então Senhor,
A chama de uma pequenina vela,
A guiar os passos e o coração
De tantas pessoas caminheiras, perdidas na escuridão.
Buscando a luz da vida
E paz para seu coração!

Então, Senhor, enquanto ainda é dia,
E eu tiver uma gotinha de cera
E um pedacinho de pavio...
Faze com que meu rosto irradie tua Luz,
Cujo brilho contagie a todos aqueles
Que buscam a Ti,Senhor!

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ