quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nossa vida se parece com a cebola


Nossa vida se parece com a cebola
        
Na mão de Deus, a vida da gente parece uma cebola. Você tira um uma casca e pensa que atingiu o miolo. Mas não é o miolo. Tem outra casca para tirar. E assim vai.
E enquanto você vai tirando as cascas, lágrimas saem dos seus olhos. Você chora. Abraão chorou muito! E no fim, você descobre que cebola não tem miolo. Só tem casca.

         Assim, durante a caminhada, Deus vai tirando as cascas. A certa altura, você  acha que já atingiu o miolo, o ponto onde tinha de chegar, e grita: “Chegou! Pare! Basta!” Mas a vida não pára, a caminhada continua, Deus não desiste. E você descobre que tem outra casca pra tirar. E assim vai. Você esperneia, reclama e chora. No fim, descobre que a vida não tem miolo. Só tem casca!  Descobre que nós não fomos feitos para nós mesmos, mas para os  outros e para Deus.

         Tudo isso, a gente descobre não de uma vez, mas muito lentamente . Foi através de uma longa e dolorosa caminhada que Abraão  foi perdendo as cascas, os falsos apoios, um depois do outro: Eliezer, Ismael, Isaque...

 Cada vez de novo , ele queria segurar o miolo. Mas era miolo falso. No fim, teve que entregar tudo. Não sobrou mais nada para ele. Nada mesmo! E foi aí que ele ganhou tudo! Descobriu que a gente só consegue a posse segura da vida, quando tiver a coragem de entregá-la sem reserva na mão de Deus.

         Enquanto não chegarmos a isso, não seremos inteiramente livres, pois ainda não chegamos a vencer em nós o velho Adão, a raiz do mal. Aliás, nós  nunca vamos conseguir que Deus se adapte a nós e aos nossos planos. Nunca! A não ser que nós, primeiro, nos entreguemos  a Ele e permitamos que Ele nos tire as cascas. Aí, sim, Ele será nosso, ficará do nosso lado e estará às nossas ordens, e nos poderemos contar com Ele e com o seu poder divino na luta contra a injustiça e a maldição

Aí seremos realmente livres, capazes de libertar, porque Deus nos libertou. Seremos como Abraão: “ uma fonte de bênção para todos” (Gn 12, 2 )

           ( Livro: Abraão e Sara – Carlos Mesters)






sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Para um momento, Peregrino!



             Para um momento,

                    peregrino!


           

Para:
Na tua peregrinação exterior ver,
Sentir e saborear,
a viagem que é a vida!

Um momento:
Intenso. Eterno. Iluminador.
Sempre.
Cada dia. Em todas as coisas.

Escuta!
O profundo ressoar de vozes,
 sentimentos e anseios.
Ventos que sussurram:
 Venha a mim e beba!
Vem, Senhor Jesus!

Saboreia!
O repouso,
o abraço,
o encontro.
Nele vivemos, nos movemos e existimos.

A Trindade!
No fundo do meu poço,
(intimior intimo meo)
A nascente,
 a luminosidade,
 a brisa.
Sorriso, amor e paz.
 O Dom.

A Reverência!
Em todas as coisas e em cada dom.
Admiração humilde,
amor agradecido,
grandes desejos
de louvar, servir e viver em Comunhão!

Manuel Eduardo Iglesias, SJ