domingo, 25 de junho de 2017

Nosso horizonte é Deus

Nosso horizonte é o próprio Deus

“ Vocês são a luz do mundo”! (Mt 5, 14).
         “Brilhe sempre uma luz no coração daquele que acredita na força da vida”. Rm 8,12
        Por natureza, nós seres humanos somos terra e luz que Deus misturou ambas com carinho e beijou-as. Somos, portanto, terra iluminada e beijada por Deus. Nosso horizonte não pode ser outro a não ser o próprio Deus.
        O ser humano é um projeto infinito que só tem como polo de referência, o infinito de Deus. Importa deixar o projeto infinito do ser humano sempre aberto, porque o ser humano é um projeto infinito.
        Somos chamados/as a mergulhar nas profundezas do nosso ser, naquele lugar secreto onde só a Grande Luz pode penetrar. A base de toda a sabedoria, de todo o progresso espiritual e moral está sem dúvida no conhecimento de nós mesmos/as. Somos luz e trevas. A limitação faz parte de nossa vida. O trigo e o joio crescem juntos.
Devo conhecer-me para realizar aquele ajustamento, aquela censura positiva, que fará de mim aquilo que Deus Pai idealizou: a sua imagem e semelhança.
Não há oposição entre o conhecimento de si que a psicologia propõe e o conhecimento de si mesmo/a que a espiritualidade propõe. Porque uma psicologia que não se abre a um itinerário espiritual, corre o risco de nos enclausurar e mesmo nos desesperar.
Assim o que impressiona um ser humano que entrou neste caminho de transformação é, ao mesmo tempo, sua grandeza e humildade. Ele sabe que é pó e que ao pó retornará. Mas, sabe também que é luz e que à luz retornará.
E o que é o ser humano, senão esta poeira que caminha para a luz e que dança nela? É a este caminhar, a esta marcha que nós estamos sendo convidados/as a iniciar hoje.
E a vocês todos/as, desejo uma boa caminhada, um belo itinerário, com cumes e vales a atravessar. Porque o importante mesmo é caminhar.
Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio nos apontam para dois polos:
1.   “O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e assim, salvar a sua alma”.
Nesta densa frase afirma-se a transcendência do ser humano, seu destino eterno enquanto criatura saída do Criador.
“E as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para que o ajudem a alcançar o fim para que é criado”.
2.   A “indiferença”: Atitude necessária para conseguir este fim.
A “indiferença” nos liberta da afeição desordenada a tudo o que é relativo. Só Deus é o absoluto! O resto (vida longa, saúde, dinheiro, prestígio) será relativo. A experiência de um amor maior liberta-nos do poder da sedução das coisas, tornando-nos “indiferentes”.
Tal “indiferença” opõe-se ao apego, ao medo ou respeito humano, ao excessivo desejo de agradar a todos. A “indiferença” ao relativo é consequência da descoberta do amor prioritário. Senhor, busco a sabedoria, mas vivo na periferia do meu eu.
·     Há alguma coisa que me aprisiona? A que é que me apego?
·     Quais são as verdadeiras motivações do meu agir?
·     Sou livre mesmo? Meu Deus, fazei-me sincero/a.
O Senhor é aquele que dá valor à minha vida e me faz livre diante do universo. Meu passado, meu presente e meu futuro são assumidos por Deus: Ele me ama e de tudo tira o bem (Rm 8, 28 ss: “eleitos a quem chama, justifica e glorifica”).

       

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