Camelo
e fundo de uma agulha
“É mais fácil um camelo passar
pelo fundo de uma agulha do que um rico
entrar no Reino dos Céus” (Mt 19 24).
entrar no Reino dos Céus” (Mt 19 24).
Estamos diante de um dos discursos duros de Jesus. O que significa “camelo” e “agulha”? Uma das
conclusões a que chegaram os estudiosos era de que “camelo” em grego,
significava uma corda grossa com que se amarravam os barcos.
Foi uma tradução equivocada devido a
semelhança das palavras: Gamal = camelo em Hebraico. Gamala = corda em
Aramaico.
E a agulha?
Dizem que agulha era uma pequena porta nos muros da cidade e os viajantes ao
chegarem durante a noite, deixavam os camelos do lado de fora do muro e
passavam abaixados por essa porta, porque as outras portas que os camelos
usavam ficavam fechadas durante a noite, devido ao perigo de assaltos e
roubos. Essa pequena porta deixada para
as pessoas entrarem era impossível ser usada por um camelo.
O que Jesus
querida dizer com a expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha? Essas palavras são uma expressão proverbial
semelhante a muitas outras usadas no mundo antigo para significar que “era impossível”.
O propósito
de Jesus era levar seus discípulos a entender a completa impossibilidade de
alguém, semelhante ao jovem rico, ser salvo enquanto ainda apegado às riquezas.
O problema não está na riqueza em si, mas sim, no apego indevido a elas. Mas,
quando o ser humano aceita o convite à renúncia de si mesmo, aquilo que é
“impossível aos homens”, se torna
possível ao poder transformador da graça divina.
Seja como
for, as palavras nos dizem muitas coisas da comparação de Jesus. Ele queria
deixar bem claro que para os ricos, a dificuldade é ainda maior para se
alcançar a plenitude da vida, pois para um camelo atravessar o buraquinho da
agulha é impossível.
Devemos entender,
hoje, que Jesus se referia às dificuldades apresentadas a uma pessoa apegada,
que acumulava bens em excesso. Nos nossos dias, essa passagem pode ser
estendida a todos aqueles que não conseguem se livrar de suas maldades, das
coisas que estão apegados, sejam eles ricos ou pobres.
Muitos
pobres também são egoístas e avarentos, por isso, não devemos ser maldosos e
cruéis com ninguém. Precisamos “vender” todo o nosso apego e seguir Jesus na
radicalidade.E para isso, todos são convidados – ricos e pobres
Ir Teresa Cristina Potrick, ISJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário