sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Boas Festas





Amigos Internautas,

Que a estrela principal do Natal, 
Jesus Cristo, 
seja uma luz a brilhar sempre na vida 
daqueles que o buscam!

Boas festas!
Um Santo e Feliz Natal!
Um Novo Ano repleto de alegrias, paz,
amor e esperança.
Que a Luz do Menino Deus, ilumine
cada um de seus passos em 2016!
É o que lhe deseja,
Teresa Cristina

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Celebrando o Natal de Jesus



CELEBRANDO O NATAL DE JESUS

* AMBIENTE- Uma mesa com o Menino Jesus, uma vela e Bíblia.

* DIRIGENTE- Como é bom estarmos aqui reunidos para esta Celebração de Natal em Família, quando Jesus veio morar entre nós.

* TODOS- Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! 
* ACOLHIDA DA LUZ

* LEITOR 1-O povo que andava nas trevas viu uma grande Luz e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-se a luz ( Isaías 9,2)  ( Acende-se a vela que está na mesa )

*LEITOR 2- Acendendo esta vela, lembramos a Luz que ilumina nossas famílias e comunidades. Assim podemos ver melhor o outro e reconhecer os laços de afeto e familiares que nos unem.

* LEITOR 3- Assim acontece com a Palavra de Deus. Sua mensagem é LUZ para a nossa vida. Vamos escutá-la.

* LEITOR 4- EVANGELHO de JESUS CRISTO segundo Lucas 2, 1-20  

* LEITOR 1- Celebrando o Natal de Jesus, não são as luzes, os enfeites, o colorido das ruas, que lhe dão o sentido real. Não são as coisas exteriores que fazem o Natal acontecer.

* TODOS- O NATAL acontece dentro do coração da gente! Queremos nos comprometer com alegria em nossa vida familiar e comunitária, sendo alimento de vida nova para os outros.

* LEITOR 2- Agradecemos o grande Presente enviado por Deus Pai, para alegrar a humanidade. Ele é o Príncipe da Paz, o Senhor da História, JESUS!

* ORAÇÕES Espontâneas-

* DIRIGENTE- Que o Senhor misericordioso ilumine com sua LUZ a nossa vida e nos dê a Paz.

* TODOS- Demos graças a Deus!

  FELIZ NATAL e FELIZ ANO NOVO!

* CANTO- Noite Feliz!


* Abraço da PAZ!

Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

quarta-feira, 25 de novembro de 2015




“Eu sou a voz que grita no deserto”

João é o “homem enviado por Deus”, o profeta, que testemunha e anuncia a chegada do Messias. Ele é como a sentinela que aguarda o sol despertar para gritar que o dia chegou. Ele veio como testemunha para dar testemunho da luz. Ele não era a luz, mas veio para ser testemunho da luz. 
Todos nós podemos ser como João Batista: testemunhas, discípulos(as) e missionários(as) de Jesus Cristo.
“Eu sou a voz que grita no deserto: endireitai os caminhos do Senhor” (Jo, 1 23).
“Eu sou a voz...” Sua voz está a serviço de Jesus. Não é uma voz que se exalta que se eleva, que louva a si mesmo.
O Advento nos convida a descer para a nossa interioridade, isto é para dentro da minha realidade, da “câmara do tesouro”. A voz revela a identidade da pessoa. A voz revela aquilo que o nosso interior está cheio.
Contemple as maravilhas que o Senhor realizou em você, em sua história e no mundo em que você vive. Deixe fluir em sua lembrança, experiências significativas em sua vida. Elas poderão servir de força, de coragem, incentivo para deixar transparecer a sua beleza interior que é única e irrepetível.

É necessário criar um clima interno para saborear e deixar-se acarinhar pela presença de Deus. Significa encontrar-se e encantar-se com o seu Senhor... uma vez que já fomos encontrados(as), alcançados(as) e aos poucos, vamos sendo transformados(as)...

Abrir espaço no coração, para que o Espírito Santo reze no intimo, é transformar-se em tocha de luz, que ilumina o caminho para Deus e para as necessidades dos irmãos.

São muitas as vozes que nos tocam e nos constituem. Às vezes, elas ressoam em nós como brisa suave, outras vezes ressoam como vendavais e tempestades, destruindo, arrasando, sufocando o entusiasmo da pessoa, afundando ainda mais, quem está no momento precisando de um estímulo, de uma palavra, de um novo elã para continuar seu caminho.

Há vozes que constroem e outras que destroem, umas comunicam calor e luz, outras que semeiam frieza, umas que infundem confiança e restituem o indivíduo a si mesmo e ao seu futuro, outras que o arrasam.
Voz descentrada ou voz centrada em si mesmo? Voz que fala de si mesmo ou voz aberta à realidade? Nossa voz está a serviço de quê? De quem? É voz que eleva e salva o outro, ou voz que critica, afunda? É voz que aponta para um sentido? Somos “voz de quem não tem voz”?

Nós, você, eu , todos fomos chamados(as) a ser “microfone de Deus”. Como João Batista, fomos chamados (as) a ser voz que anuncia e denuncia... “Voz daqueles que ninguém ouve”, “voz que anuncia a presença de Deus” pelos caminhos por onde passa... Voz de Deus nem sempre escutada; voz que hoje parece estar em silêncio. Voz de Deus que está ali, apontando para o novo, e parece que ninguém quer escutar. Contudo, nada o faz calar; sua presença irrompe por toda terra, expande a Voz da vida. 

Texto bíblico que pode iluminar: Jo 1,6-8.19 – 28.
Algumas questões poderão ajudar em nossa oração ou reflexão:

· Você está atento (a) ao que fala, o modo como fala, o tom e os sentimentos que sua voz expressa?

· Você consegue distinguir sua voz em contextos diferentes? É a voz que eleva ou que arrasa? Voz que acalenta ou voz que julga? Voz que anima ou afunda?

· Você deixa “ressoar” a Voz de Deus em sua voz? 

O Batista quer ser nosso companheiro, animando-nos a uma nova vida, renascida pela conversão e pelo desejo de deixar para trás aquilo que nos afasta do outro e que nos torna indignos de desatar as correias das sandálias do Senhor. Sejamos como João, vozes que clamam no deserto dos corações humanos, proclamando, com firmeza de fé, que o Senhor se faz presente entre nós!
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

sábado, 31 de outubro de 2015


E, assim, vamos causando transtornos




Durante a nossa vida causamos transtornos na vida de muitas pessoas,
porque somos imperfeitos. 
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas,
falamos sem necessidade, 
incomodamos. 

Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos. 
Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro. 

Parece que o mundo gira
em torno dos nossos desejos 
e o outro é apenas 
um detalhe. 

E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa transtornos.

E, às vezes,
um tijolo cai e nos machuca. 
Outras vezes, 
é o cal ou o cimento que suja nosso rosto.
  
E quando não é um, 
é outro. 
E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas,
assim como os outros que convivem conosco 
também têm de fazer. 

Os erros dos outros,
os meus erros. 
Esta é uma conclusão essencial:
todas as pessoas erram. 

A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade 
humana e cristã: 
o perdão. 
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os 
transtornos são 

Que os erros dos outros são
semelhantes aos meus erros e que, 
como caminhantes de uma jornada, 
é preciso olhar adiante. 

Se nos preocupamos com
o que passou, 
com a poeira, 
com o tijolo caído, 
o horizonte deixará de ser contemplado. 

E será um desperdício. 
O convite que faço é que você experimente a beleza
do perdão. 
É um banho na alma! 
Deixa leve! 

Se eu errei,
se eu o magoei, 
se eu o julguei mal, 
desculpe-me por todos 
esses transtornos… 
Estou em construção! 

PAPA FRANCISCO

sexta-feira, 30 de outubro de 2015



A bênção do Deus Salvador
  (Salmo 66 )

1. Senhor  volta para nós teus olhar amoroso,
Cheio de bênção e de graça!
Que a luz da tua presença brilhe para nós.
Então teus caminhos serão conhecidos em toda terra,
E tua salvação, por todos os povos do mundo.

Para ti, Senhor, o louvor de todos os povos,
O louvor de todos os homens!

2. Alegrem-se e cantem as cidades e povoações,
Pois Tu, Senhor, com justiça julgas os povos,
E governas as nações da terra.

Para ti, Senhor, o louvor de todos os povos,
O louvor de todos os homens!

3. A terra deu o seu produto,
E o Senhor o tornou abundante!
Que assim Deus nos abençoe,
E o mundo inteiro o louvará!

Para ti, Senhor, o louvor de todos os povos,
O louvor de todos os homens!


Todos somos portadores de bênção...
Todos podemos bendizer,  dizer o bem, dizer bem.
Você já se sentiu portador(a) de bênção para os demais?
Deixe brotar no seu coração o desejo do bem,
da graça, da palavra que constrói,  do gesto amigo... 


 Autor desconhecido



sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Experiência do silêncio




A experiência do silêncio






Certa vez, um grupo de jovens foi visitar um monge anacoreta, que vivia sozinho no meio do mato, e passava o dia rezando, lendo a Bíblia e trabalhando. Tudo no maior silêncio.

Um dos visitantes perguntou-lhe:

- Que sentido tem essa vida de silêncio?

O monge foi com eles até a cisterna, desceu o balde e depois o subiu cheio, puxando pela carretilha. Pediu que os jovens olhassem para o fundo da cisterna, e perguntou:

- O que vocês vêem?

- Não vemos nada, apenas a água se mexendo, responderam.

O monge esperou a água ficar bem paradinha e pediu que olhassem novamente.

- O que vocês vêem agora?

- Vemos nossos rostos refletidos na água.

O anacoreta concluiu:

- Aí está o valor do silêncio. Nós vemos a nós mesmos, não só o rosto, mas o nosso interior.

Para gostarmos do silêncio interior, precisamos ter paz. Quem abafa a consciência com barulho, música, celular... fica velho antes do tempo. Muita gente corre do silêncio porque ele nos leva ao encontro conosco mesmos. No silencio, vemos o nosso rosto como realmente é.

Pessoas acostumadas a fazer silêncio interior conseguem isso até dentro de um ônibus ou andando numa rua movimentada.

“Na conversão e no silêncio sereis salvos, e na confiança está a vossa força” (Is 34,15).

Autor desconhecido

Escutar Deus no silêncio de todas as vozes

Deus nos fala através  dos símbolos, dos sinais, das mediações.  Uma comparação...“João  teve que ir à rodoviária para receber um tia do pai. Visto que não a conhecia, o pai deu a ele uma foto.
Quando chegou o ônibus, João foi conferindo as pessoas, foto na mão. Só um pequeno detalhe. A foto era de 40 anos atrás. No fim, por último, sai do ônibus uma senhora de idade. João pergunta mostrando a foto: “ Por acaso, a senhora viu se esta jovem estava no ônibus?”
 Ela sorriu e disse: “Esta jovem sou eu”! João olhou a pessoa, conferiu  com a foto e disse: “A senhora pode enganar os outros, mas não a mim!” ... Deixou a dona na rodoviária, voltou para casa e disse: “Pai, ela não chegou não. Acho que perdeu o ônibus!”
Foi a foto antiquada que impediu a João de reconhecer a tia do pai na rodoviária. João acreditava mais na imagem fixa do passado do que na palavra viva pronunciada no presente”.

Nós temos muitas fotos antiquadas de Deus na cabeça que bloqueiam tudo e nos impedem de reconhecer e escutar a viva voz de Deus na rodoviária da vida. Precisamos estar muito atentos/as no nosso dia a dia, no decorrer de nossa existência para não trocar o Deus vivo pela imagem de Deus, por mais bonitas que seja.

Muitas coisas dentro de mim fazem barulho... O que faço para diminuir o barulho dentro de mim? Verificar na vida pessoal:
  • Quais as diferentes imagens de Deus que tive ao longo dos anos, quais as mudanças que ocorreram em mim?
  • Ou continuo com minhas fotos antigas de Deus?

Há muitos tipos de silêncio:
     O  silêncio de uma sala de estudo ou biblioteca; o silêncio de hospital; o silêncio da noite ou da madrugada; o silêncio da natureza, o silêncio da morte; o silêncio que precede a tempestade; o silêncio do medo; o silêncio do censurado e do povo amordaçado; o silêncio do aluno que não sabe a resposta, o silêncio de ....

            A dimensão ativa do silêncio  consiste em fazer silenciar o barulho dentro de nós, os filtros, os enganos, os preconceitos, os controles, as falsas imagens de Deus e da vida que nos impedem de escutar

            Procure praticar a difícil arte do silêncio. Desligue-se das preocupações inúteis, das recordações amargas, das inquietações que povoam sua mente. Recolha-se no mais íntimo de si mesmo, mergulha no oceano de seu mistério  e descubra, lá no fundo, o Ser Vivo, o Deus Vivo no qual se fundamente sua origem. Muitas vezes é preciso nos afastar, desligar de tudo para poder enxergar melhor.
A humanidade corre o perigo de deturpar a verdadeira imagem de Deus. No lugar de sermos nós a imagem e semelhança de Deus, às vezes somos tentados a fazer Deus à nossa imagem e semelhança. O resultado é uma caricatura, um ídolo, um deus falso.

Conforme for a nossa experiência de Deus, ela vai marcado as nossas outras relações  com os outros, com o mundo e com a gente mesmo/(a).

·         Qual é a minha imagem de Deus?
·         A minha imagem de Deus é a que a Bíblia me revelou precisa ser purificada?

Texto iluminativo:

Eclo 17. 1 – 12   ------------ “Deu-lhes discernimento, língua, olhos, ouvidos, ...”

       Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ



segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Salomé e a cabeça de João Batista


Salomé e a cabeça de João Batista

“Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista”.
     João Batista pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

        João Batista, o precursor do Messias morre por ser fiel à sua missão e denunciar a injustiça dos poderosos.

       Herodes manda prender João e o acorrentar na prisão por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, que ele desposara. Porque João dizia a Herodes: “não te é permitido ter a mulher de teu irmão”...

Por isto, Herodíades ficou furiosa, encheu-se de raiva e ódio contra João Batista e queria vê-lo morto, mas não podia, pois Herodes temia João, sabendo que era homem justo e santo, e o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora porém ficasse embaraçado quando o escutava... Comportamento ambíguo. Como poderia escutar com agrado alguém que o tratava por imoral e perverso?

       Mas, chegou o dia propício, quando Herodes por ocasião do seu aniversário, deu um banquete a seus dignitários, aos seus oficiais e às grandes   personalidades da Galileia, a filha de Herodíades, Salomé, apresentou uma dança insinuante  e Herodes extasiado, maravilhado com esta apresentação, sem pensar, faz um juramento: promete-lhe dar o que pedisse ainda que fosse a metade do seu reino. Ao ouvir tal proposta, Salomé vai depressa consultar sua mãe sobre o que devia pedir.

         Herodíades estava focalizada em uma só coisa: João Batista tinha que morrer. Surgiu agora a oportunidade de consegui-lo através do pedido da filha, e disse-lhe: “A cabeça de João Batista”.  A toda pressa ela retornou à presença do rei e lhe pediu: “Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Batista”.

         O tetrarca deve ter tido motivos muito mais graves para mandar prender alguém tão popular e estimado pelo povo, dado o risco implicado nesse ato.

· Lá bem no fundo não estaria Herodes com medo de perder o poder, medo que João ocupasse o seu trono, uma vez que era muito estimado pelo povo?

· Herodes era prepotente... a vida é dom de Deus e cabe unicamente a ele dispor de uma vida.

· Demonstra dupla personalidade... gostava de ouvi-lo mas continuava na dele.

· Promessa precipitada ... foi como se desse um cheque em branco.

· Covarde – Não voltou atrás na promessa para não perder o prestigio, junto aos convivas da festa.

· Herodes Antipas dificilmente teria podido pronunciar a frase «dar-te-ei ainda que seja a metade do meu reino», tal como está no Evangelho, porque não tinha “reino”, mas “tetrarquia”.
       O papel de João Batista como um precursor do Messias o colocou numa posição de grande privilégio, descrito como “muito mais do que profeta”, como não havendo ninguém maior do que ele. Nenhum homem jamais cumpriu este objetivo dado por Deus melhor do que João. 
     · Será que por vezes,  bem lá no fundo do meu coração, sem chegar a extremos, não tenho as mesmas atitudes de Herodes e Herodíades?
      · Diante de alguém que me censura, questiona, ou aponta alguma falha, não desejo que a pessoa seja eliminada, afastada  do meu convívio?
        ·    No meu trabalho, na minha missão, não tenho receio, de que alguém me faça sombra ou ocupe o meu lugar?

       Pense um pouco nisso enquanto ainda é tempo...
    
    Senhor,  dá-me a retidão, a intrepidez e a coragem de João Batista, para como ele dizer a verdade a quem quer que seja e a denunciar as injustiças que percebo em meu meio, sem me acovardar diante das possíveis consequências que poderão advir.
                                                   Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ                

domingo, 23 de agosto de 2015

Camelo e fundo de uma agulha



Camelo e fundo de uma agulha

“É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico
entrar no Reino dos Céus” (Mt 19 24).

                Estamos diante de um dos discursos duros de Jesus.  O que significa “camelo” e “agulha”? Uma das conclusões a que chegaram os estudiosos era de que “camelo” em grego, significava uma corda grossa com que se amarravam os barcos.
Foi uma tradução equivocada devido a semelhança das palavras: Gamal = camelo em Hebraico. Gamala = corda em Aramaico.
            E a agulha? Dizem que agulha era uma pequena porta nos muros da cidade e os viajantes ao chegarem durante a noite, deixavam os camelos do lado de fora do muro e passavam abaixados por essa porta, porque as outras portas que os camelos usavam ficavam fechadas durante a noite, devido ao perigo de assaltos e roubos.  Essa pequena porta deixada para as pessoas entrarem era impossível ser usada por um camelo.
            O que Jesus querida dizer com a expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha?  Essas palavras são uma expressão proverbial semelhante a muitas outras usadas no mundo antigo para significar que “era impossível”.
            O propósito de Jesus era levar seus discípulos a entender a completa impossibilidade de alguém, semelhante ao jovem rico, ser salvo enquanto ainda apegado às riquezas. O problema não está na riqueza em si, mas sim, no apego indevido a elas. Mas, quando o ser humano aceita o convite à renúncia de si mesmo, aquilo que é “impossível aos  homens”, se torna possível ao poder transformador da graça divina.
            Seja como for, as palavras nos dizem muitas coisas da comparação de Jesus. Ele queria deixar bem claro que para os ricos, a dificuldade é ainda maior para se alcançar a plenitude da vida, pois para um camelo atravessar o buraquinho da agulha é impossível.
            Devemos entender, hoje, que Jesus se referia às dificuldades apresentadas a uma pessoa apegada, que acumulava bens em excesso. Nos nossos dias, essa passagem pode ser estendida a todos aqueles que não conseguem se livrar de suas maldades, das coisas que estão apegados, sejam eles ricos ou pobres.
            Muitos pobres também são egoístas e avarentos, por isso, não devemos ser maldosos e cruéis com ninguém. Precisamos “vender” todo o nosso apego e seguir Jesus na radicalidade.
E para isso, todos são convidados – ricos e pobres
Ir Teresa Cristina Potrick, ISJ

terça-feira, 28 de julho de 2015

Perdoar e esquecer


Perdoar e esquecer




Nosso coração é o centro da afetividade, das emoções. O perdão é a ponte que nos permite passar das trevas para a luz, da penumbra para as cores, da tristeza para a felicidade, da angústia para a paz. O perdão é o segredo da felicidade.
O ato de perdoar é uma coisa, mas a arte de esquecer é outra. Trata-se de processo humano que pode ser facilitado pela prece, pela reflexão e talvez pelo aconselhamento.
De acordo com a imagem que você tem no coração é o seu relacionamento, são suas relações com as pessoas. Boas imagens produz boas reações e bom  relacionamento. A imagem dolorosa provoca reações negativas, agressivas e um relacionamento difícil.
É muito comum a frase: “Perdoo, mas não esqueço”... De fato, perdoar é difícil. É preciso ir além, muito além das fraquezas humanas para se perdoar. Há momentos em que você pára e o pensamento volta a feri-lo, a fazer-lhe mal, porque sua memória recapitula aqueles maus momentos, memoriza aqueles instantes que magoaram seu coração,  com palavras e atitudes agressivas, tratamento injusto, etc.
Tudo volta à tona e isto causa preocupação:  Você busca uma conciliação entre perdoar e esquecer, e não encontra. Por isso, Deus colocou o perdão como condição para sermos perdoados (as).
Quando perdôo estou empenhando toda a minha capacidade de compreender, de entender; toda a minha vontade de passar por cima de algo que me atingiu em meu melhor patrimônio – a sensibilidade.
Como entender: perdôo, mas não esqueço?
Se você se lembrar do fato com mágoa, ódio e revolta contra o perdoado, é sinal evidente que o perdão não foi dado. O perdão foi dado apenas para uso externo, para tranquilizar sua consciência, seus princípios e até mesmo para salvar as aparências.
Perdoar não significa esquecer, pois não sofremos de amnésia; vamos nos lembrar sim do fato, mas já não carregado de raiva, emoção, paixão. O que aconteceu, aconteceu; está no livro da vida, registrado para sempre, aconteça o que acontecer, haja o que houver.
Esquecer? Sim, no sentido de que não releia amargamente aqueles capítulos que você sabe que englobam acontecimentos infelizes. A cura de uma cefaléia não é completa se você fica revivendo, se você continua remoendo espiritualmente a dor de cabeça curada. Você está fazendo algo parecido com a criança que, tendo ganho uma moeda para substituir a que perdera, chorava agora porque não tinha duas... Dizemos que perdoamos, mas continuamos questionando o perdão, disfarçando a nossa intransigência sob a forma  e a máscara de memória, de lembrança.
Outro exemplo: mandamos pintar uma parede de novo uma parede que está suja, não podemos a todo o momento, continuar nos incomodando com a mancha que já foi apagada pela pintura. Ou, imagine alguém que depois da absolvição da pena, ainda tivesse de cumprir o restante da sentença pelo perdão; alguém que depois de anistiado, fosse para a cadeia.
Trocando de lugar e de posição. Imagine que fosse você o perdoado (a) e, volta e meia, lhe fosse lembrado o seu erro, rememorada a sua falta,  lhe fosse exigindo de novo o pedido de desculpas. Será que você se sentiria absolvido (a)? Ou você se consideraria sempre culpado (a)?

            Outro aspecto importante deste assunto: esquecer não significa necessariamente perdoar. Sem a experiência do perdão, o esquecimento pode ser a maneira de evitar lidar com a dor de ter sido ofendido. Enterrando nossos sentimentos de mágoa nos impedimos de verdadeiramente chegar ao perdão. O esquecimento jamais será possível, se não vivenciarmos e reconhecermos a mágoa, e depois atravessarmos a luta e a satisfação de perdoar.
            É preciso ter cuidado com as pessoas que dizem rapidamente: “Esqueça o assunto”. Quando as pessoas simplesmente esquecem, geralmente elas estão varrendo os pensamentos negativos para baixo do tapete e isto pode ser muito perigoso. Os sentimentos negativos  enterrados se manifestarão de forma negativa em outro momento.

Jesus é o mestre dos ensinamentos espirituais, bem como o médico do comportamento humano. Ele diz: “Segui-me. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Eu sou a luz. Convida-nos a segui-lo emocional e espiritualmente.

Deus trabalha a condição humana, mas espera que tentemos cooperar da nossa maneira, compreendendo e utilizando as dimensões psicológicas e espirituais da nossa vida. Assim, nos ajudaremos a pôr em prática o que Deus quer para cada um (a) de nós, nossa santificação, de forma completamente humana.

Reelaborado: - Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ

terça-feira, 30 de junho de 2015

Quem é o meu Deus?



Quem é o meu Deus?
AQUELE QUE AMA
a cada um de nós,
sempre,
gratuitamente,
com todo o seu Ser Amor.
AQUELE QUE QUER SE COMUNICAR
com cada um de nós
a toda hora;
se doar a si mesmo
querendo sempre a nossa felicidade.
O ONIPOTENTE QUE “NÃO PODE”
se comunicar e se doar
além  da nossa capacidade!
Algo assim como a mãe matemática que não pode
 ensinar ao filho de três anos mais do que ele pode captar.
O QUE ESTÁ À PORTA E BATE
entrando pelas “brechas” que a nossa liberdade
abre ao amor.
ELE NUNCA QUER NEM PERMITE O MAL!
Acontece que “ não pode impedi-lo!”
Incrível!!
É que somos livres.
É que somos criaturas.
COMPANHEIRO
Ele nos acompanha com amor
Mesmo quando o esquecemos e ofendemos.
QUE BELEZA
QUANDO ELE NOS ENCONTRA “ABERTOS”


Manuel Eduardo Iglesias, SJ

sábado, 9 de maio de 2015

Olhar por dentro e escutar


Olhar por dentro e escutar
        
Preparar o seu santuário interior:
       Procure um lugar que favoreça o seu encontro com o Deus da Vida. Peça a Jesus “Luz do mundo” , que o/a fazer o mergulho interior... Pacifique sua mente e seu coração para este encontro consigo mesmo e com o Senhor. Invoque o Espírito Santo para que ele ilumine e conduza sua experiência de oração.

Pedido da graça:
Que o Senhor ajude a olhar a si mesmo/a e as outras  pessoas por dentro; que Ele nos ensine a escuta silenciosa, a escuta não verbal, que capta nas entrelinhas, os gestos e o modo de agir dos irmãos ao nosso lado.

         Texto que podem ajudar:
  • Marcos 8, 22-26: O cego de Betsaida.
  • Marcos  7, 31-7: Imediatamente,  os ouvidos do homem se abriram. Vivemos um momento de grande agitação, barulho, correria. Tirar o pé do acelerador ajuda a relaxar um pouco e, como conseqüência, nos permite admirar as paisagens na viagem da vida. Nunca vamos encontrar placas que limitam a nossa velocidade, por isso haverá de ser uma opção livre e pessoal. Conforme aumenta a vertigem nas grandes cidades. Cresce também a aspiração a uma vida mais humana e mais profunda.
            Fazer as coisas o melhor possível, em vez de fazê-las o mais rápido possível. É necessário encontrar o equilíbrio. A velocidade é uma droga do nosso tempo. Aceleramos para evitar pensar sobre questões profundas e porque ser rápido é sinônimo de prestígio na nossa cultura. Então, desacelerar é difícil!

            Ao ser interrogado por um sacerdote, um cego responde: “pelo fato de ser cego, enxergava coisas que nós não enxergávamos”.
            Ao pedir esclarecimento a outro cego, este lhe diz: É muito simples. Vocês enxergam as pessoas e a vida, em geral, “de fora para dentro” e nós as enxergamos ”de dentro para fora”. Entendeu?

            - Quando nós, cegos, nos encontramos com uma pessoa, concentramos nela toda a nossa atenção, como se ela fosse a única coisa que existisse no mundo. Através do seu modo de falar e de respirar, captamos se é triste ou alegre, feliz ou infeliz, aberta ou fechada, etc. E só no final nos perguntamos como essa pessoa será “por fora”. Isso, para nós, quase não tem importância. Porém para vocês, a aparência exterior é, às vezes, o mais importante. Se não vão com a cara dela, a descartam. E vocês perdem o melhor da pessoa, que é o seu “por dentro”... Entendeu agora?

         Agradeço a lição recebida. Ela me serviu para me conhecer melhor e para me relacionar com as pessoas. Serviu-me para conhecer Jesus, não apenas pelas narrativas do evangelho, mas  com aquele conhecimento interno que contempla os sentimentos, atitudes, motivações e seu modo de se relacionar com as pessoas e com o Pai.
            O olhar por dentro é um caminho que ajuda a perdoar. Conhecendo a história das pessoas, é mais fácil a compaixão. O olhar misericordioso é um dom de Deus. É aprender com Jesus; amar é dar atenção, isto é, sair de si mesmo, aproximar-se da pessoa ferida, cuidar dela e comprometer-se a que tenha mais vida. Como podemos cultivar esse olhar profundo e comunicá-lo aos outros? Eis um grande desafio para a nossa sociedade. Em geral usamos como sinônimos os termos ver e olhar... Olhar é mais do que ver, pois transcende os sentidos. Não é nos livros que se aprende esse olhar de cego; é no contato com os outros e com o testemunho de pessoas significativas.

         O que foi dito do olhar aplica-se de modo similar ao “escutar”. Ouvir refere-se mais aos ouvidos. Escutar vai mais longe. Podemos ouvir sem escutar e podemos escutar sem ouvir. É o caso da escuta silêncios, a escuta não verbal que capta as entrelinhas, os gestos e o modo de agir...
Jesus fala: quem tem ouvidos, ouça! Afirma também existir pessoas que têm olhos e não vêem, ouvidos e não ouvem.

            Palavras de Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir... Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas, acho que ninguém vai se matricular. Alberto Caeiro diz:” Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma”.
            O silencio interior e a solidão são terrenos sagrados para a contemplação cristã que “olha e escuta” Jesus. Trata-se de um silêncio cheio da Palavra e de uma solidão cheia da Presença de Deus...
  • Você costuma olhar as pessoas por dentro?
  • Sente-se hoje necessidade de pessoas que escutem! Alguém fez a diferença na sua vida por ter escutado você?
Termine a sua oração registrando o que mais afetou você. Agradeça ao Senhor estes momentos passados em sua companhia, na esperança de cada dia dar mais um passo na libertação interior... Reze um Pai-Nosso ou outra oração de sua devoção.

                        Do livro: “Seus olhos se abriram” – Manuel Eduardo Iglesias, SJ

                     ( Reelaborado  por: Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ).