sexta-feira, 15 de março de 2013

José, uma vida escondida


José, uma vida escondida

            São José: um excepcional. Não se fala muito a seu respeito, mas é necessário conhecê-lo bem, porque tem muitas coisas a nos ensinar.
É muito importante descobrir este mistério de José, filho de Davi, de coração real, mas que faz somente pequenas coisas., inserido num bairro, numa sinagoga.

            Nada grandioso, eu diria sem nenhum carisma, nada de milagres, em mesmo de cura.  Algo muito pequeno, em uma vida comunitária muito cheia de amor.

            Quando Jesus dizia: “Que todos sejam um como meu pai e eu somos um” ele poderia ter dito também: “Que vocês sejam um como nós três, Maria. José e eu, somos um”. José viveu esse modelo de família, de comunidade. Se alguém viveu esta unidade de Jesus e de seu Pai, esse é José e também Maria. Eles são, pois, modelo de unidade, muito concreto, muito enraizado.
           
Uma confiança total os unia entre si, e um amor, uma ternura, uma confirmação. Muito inseridos no seu vilarejo, nada de especial distinguia a não ser uma qualidade no aspecto e uma qualidade de acolhimento. Viveram as beatitudes, não falaram apenas. Tudo o que disse, ele viveu e José trabalhava. É um homem conhecido por seu trabalho numa pequena aldeia sem importância, Nazaré; “que pode vir de bom de Nazaré"  indaga Natanael, o intelectual.

Uma vida comunitária de trinta anos, muito escondida; ninguém os conhecia. Uma qualidade de ternura e de amor nada grande, tudo muito pequeno. E, no entanto, naquela época havia os zelotes, havia toda espécie de pessoas descontentes com os romanos, etc. Havia pessoas que tinham sofrido muito.

Mas José, eu credito, pode ensinar-nos muitíssimo a respeito de “como viver o pequeno”,  não como um refúgio diante dos sofrimentos e as lutas do mundo, mas como um meio para todos nós participarmos destes sofrimentos.  Porque se formos fiéis, se vivermos a aliança, se formos fiéis àquele que é pequeno e pobre, como José era fiel, então, o que fizermos terá sentido para todos os que sofrem no mundo.

 Se somos fiéis a uma pessoa que sofre, somos fiéis a cada homem, a cada mulher no mundo. Porque os encontramos ali, precisamente, onde têm necessidade de serem levantados. Por isso, então, aconselho-os ardentemente a conhecer José.
                                                                                                                             Jean Vanier.

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