sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Experiência do silêncio
A experiência do silêncio
Certa vez, um grupo de jovens foi visitar um monge anacoreta, que vivia sozinho no meio do mato, e passava o dia rezando, lendo a Bíblia e trabalhando. Tudo no maior silêncio.
Um dos visitantes perguntou-lhe:
- Que sentido tem essa vida de silêncio?
O monge foi com eles até a cisterna, desceu o balde e depois o subiu cheio, puxando pela carretilha. Pediu que os jovens olhassem para o fundo da cisterna, e perguntou:
- O que vocês vêem?
- Não vemos nada, apenas a água se mexendo, responderam.
O monge esperou a água ficar bem paradinha e pediu que olhassem novamente.
- O que vocês vêem agora?
- Vemos nossos rostos refletidos na água.
O anacoreta concluiu:
- Aí está o valor do silêncio. Nós vemos a nós mesmos, não só o rosto, mas o nosso interior.
Para gostarmos do silêncio interior, precisamos ter paz. Quem abafa a consciência com barulho, música, celular... fica velho antes do tempo. Muita gente corre do silêncio porque ele nos leva ao encontro conosco mesmos. No silencio, vemos o nosso rosto como realmente é.
Pessoas acostumadas a fazer silêncio interior conseguem isso até dentro de um ônibus ou andando numa rua movimentada.
“Na conversão e no silêncio sereis salvos, e na confiança está a vossa força” (Is 34,15).
Autor desconhecido
Escutar Deus no silêncio de todas as vozes
Deus nos fala através
dos símbolos, dos sinais, das mediações.
Uma comparação...“João teve que ir à
rodoviária para receber um tia do pai. Visto que não a conhecia, o pai deu a
ele uma foto.
Quando
chegou o ônibus, João foi conferindo as pessoas, foto na mão. Só um pequeno detalhe. A foto era de 40
anos atrás. No fim, por último, sai do ônibus uma senhora de idade. João
pergunta mostrando a foto: “ Por acaso, a senhora viu se esta jovem estava no
ônibus?”
Ela sorriu e disse: “Esta jovem sou eu”! João
olhou a pessoa, conferiu com a foto e
disse: “A senhora pode enganar os outros, mas não a mim!” ... Deixou a dona na
rodoviária, voltou para casa e disse: “Pai, ela não chegou não. Acho que perdeu
o ônibus!”
Foi
a foto antiquada que impediu a João de reconhecer a tia do pai na rodoviária.
João acreditava mais na imagem fixa do passado do que na palavra viva
pronunciada no presente”.
Nós
temos muitas fotos antiquadas de Deus na cabeça que bloqueiam tudo e nos
impedem de reconhecer e escutar a viva voz de Deus na rodoviária da vida.
Precisamos estar muito atentos/as no nosso dia a dia, no decorrer de nossa
existência para não trocar o Deus vivo pela imagem de Deus, por mais bonitas
que seja.
Muitas
coisas dentro de mim fazem barulho... O que faço para diminuir o barulho dentro
de mim? Verificar na vida pessoal:
- Quais as diferentes imagens de Deus que tive ao longo
dos anos, quais as mudanças que ocorreram em mim?
- Ou continuo com minhas fotos antigas de Deus?
Há muitos tipos de silêncio:
O
silêncio de uma sala de estudo ou biblioteca; o silêncio de hospital; o
silêncio da noite ou da madrugada; o silêncio da natureza, o silêncio da morte;
o silêncio que precede a tempestade; o silêncio do medo; o silêncio do
censurado e do povo amordaçado; o silêncio do aluno que não sabe a resposta, o
silêncio de ....
A dimensão ativa do silêncio consiste em fazer silenciar o barulho dentro
de nós, os filtros, os enganos, os preconceitos, os controles, as falsas
imagens de Deus e da vida que nos impedem de escutar
Procure praticar a difícil arte do silêncio. Desligue-se
das preocupações inúteis, das recordações amargas, das inquietações que povoam
sua mente. Recolha-se no mais íntimo de si mesmo, mergulha no oceano de seu
mistério e descubra, lá no fundo, o Ser
Vivo, o Deus Vivo no qual se fundamente sua origem. Muitas vezes é preciso nos
afastar, desligar de tudo para poder enxergar melhor.
A
humanidade corre o perigo de deturpar a verdadeira imagem de Deus. No lugar de
sermos nós a imagem e semelhança de Deus, às vezes somos tentados a fazer Deus
à nossa imagem e semelhança. O resultado é uma caricatura, um ídolo, um deus
falso.
Conforme
for a nossa experiência de Deus, ela vai marcado as nossas outras relações com os outros, com o mundo e com a gente
mesmo/(a).
·
Qual é a minha imagem de Deus?
·
A minha imagem de Deus é a que a Bíblia me revelou precisa
ser purificada?
Texto
iluminativo:
Eclo
17. 1 – 12 ------------ “Deu-lhes
discernimento, língua, olhos, ouvidos, ...”
Ir. Teresa Cristina Potrick, ISJ
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