São José, pai de família
São
José é muitas vezes representando como um homem idoso; isto, certamente porque
se desejasse que fosse um ancião cheio de bondade e de santidade, um ancião
que inspirasse muita
simpatia.
Outros
imaginam que José seria mais guardião e protetor de Maria do que esposo; um
patriarca velho e com cãs e barbas brancas, segurando o menino Jesus num braço
e o ramo de lírio no outro, para simbolizar sua castidade.
Podemos também recusar a
idéia de dar um verdadeiro pai a Jesus , como se a criança não pudesse
crescer e se desenvolver senão ao contato com a sabedoria de ancião...
Os evangelhos nada falam a respeito de idade, podemos
admitir que José ao unir sua vida à
Maria, tinha a idade de outros jovens que se comprometiam com o noivado.
José possuía sobretudo a juventude da alma; possuía uma
personalidade jovem. Foi um homem de firmes resoluções e valentes
determinações. Representava para Maria todo o apoio e segurança que uma mulher
pede e necessita de seu esposo.
Foi um homem de caráter que, quando sua família corria
perigo, não titubeou um momento de despertá-la à meia noite para levá-la a um
pais desconhecido, de idioma e cultura diferentes. Nada o detinha quando
descobria o plano de Deus
José corre o risco da maledicência ao assumir Maria, sua
noiva, já grávida pelo Espírito Santo. Tem a coragem de ser alternativo e
leva-a para sua casa (cf Mt 1, 24).
Assume
as funções próprias de pai que presta assistência no nascimento, que toma a
iniciativa de fugir para o Egito e escolhe o momento de voltar; que junto com a
esposa faz o que todo o pai-educador fazia
com referência aos deveres religiosos; que se preocupa com a perda do
filho. Todas essas coisas têm a ver com um pai, engajado seriamente em sua
missão familiar do que com um simples protetor e um zeloso provedor.
Com
referência às barbas e cãs brancas e à sua idade: os evangelhos, não dão
nenhuma pista que possa sugerir a idade de José.
Os
evangelhos não relutam em chamar José esposo de Maria e Maria esposa de José. O
filho de Maria torna-se também filho de José. Por isso, os evangelhos o
reconhecem como o filho de José, o carpinteiro de quem aprendeu a profissão,
pois o chamavam também de carpinteiro.
Eles
formavam uma família constituída que está toda presente e unida por ocasião do
nascimento de Jesus; que conheceu os medos de uma perseguição mortal por parte
de Herodes, que queria sacrificar os meninos da região de Belém, onde nasceu
Jesus; que passaram juntos pelas agruras de uma fuga apressada para o Egito;
que depois voltaram de lá e foram se esconder em Nazaré, porque Arquelau, filho
de Herodes, que reinava na Judéia e era tão sanguinário como o pai e poderia
querer ainda matar o menino Jesus.
Nesta
pequena vila, como todos os pais piedosos, fazem, também eles os ritos da purificação, da circuncisão e da
apresentação no Templo, iniciam o filho nas festas sagradas e, juntos, se
afligem quando o Menino de 12 anos em lugar de voltar a Nazaré se detém no
Templo entre os doutores.
Pensando
nos elementos todos que perfazem uma vida a dois, especialmente o mútuo
compromisso e a responsabilidade compartilhada, Maria e José formam uma
autêntica família.
Nas
famílias judaicas, a autoridade do pai era marcante. O próprio Deus atribuiu a
José a autoridade no seu lar.
A
humildade de José o levava a exercer a autoridade com grande delicadeza e
bondade. José tinha profundo respeito à sua esposa e ao mesmo tempo pela
personalidade em formação de Jesus. Nas decisões a serem tomadas, sua primeira
preocupação era: levar em conta sua maneira ver.
José
exercia sua autoridade como expressão de amor que unia sua pequena comunidade.
Longe de exercer o poder da autoridade de maneira além dos limites, de modo
imperativo, tirânico... o que é um perigo
deixar-se levar pelo amor-próprio, que deseja submeter os outros; a sede
de dominação é um instinto que trabalha vivamente no ser humano.
Por
esta razão todo o chefe precisa estar atento, vigilante, e não querer agir a não ser por amor, a atitude de
representante de Deus. Assim que José agia. Tinha consciência de sua missão
como representante do Pai Celeste, e nada mais que isto.
José
por seu grande amor é modelo dos pais de família. Que ele faça também
compreender a todos aqueles que receberam de Deus a missão de exercer a autoridade, que o façam
no sentido verdadeiro deste dom,
exercendo com responsabilidade firme, mas plena de bondade e grande
humildade.
Ir. Teresa Cristina
Potrick, ISJ