A
parábola dos talentos -
Lc 19,11-28
Por que
tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Esta
parábola das moedas de prata é parecida com a dos talentos. Um patrão, antes de
viajar, chamou dez empregados e entregou a cada um dez moedas de prata,
pedindo-lhes que, na sua ausência, as fizessem render.
As
moedas simbolizam os nossos dons e qualidades, que chamamos também de talentos:
Saúde, estudo, inteligência, dons artísticos, aptidões profissionais, amor,
boas maneiras, as virtudes cristãs, a beleza física...
A
parábola foi uma resposta de Jesus aos discípulos que, pelo fato de estarem se
aproximando de Jerusalém, pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.
Portanto, o que Jesus quis dizer é que a chegada do Reino de Deus depende de
nós mesmos, do uso que fizermos dos nossos dons.
Reino
de Deus é a Vida Nova projetada por Jesus, que tem seu início aqui na terra e a
plenitude no Céu. É uma vida na verdade, na justiça, na graça de Deus, no amor,
na vida plena para todos sem que haja excluídos, e na paz. Aqui na terra, o
Reino de Deus é aquele mundo e humanidade que Deus projetou. Isso não cai
pronto do céu; nós é que temos de construí-lo, com os dons e recursos que
temos.
A
referência ao ódio que os concidadãos tinham do patrão e à vitória dele, sendo
coroado rei, simbolizam a morte e ressurreição de Jesus. Nós também encontramos
obstáculos e perseguições na construção do Reino de Deus, mas nós também
venceremos.
“A
todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será
tirado até mesmo o que tem.” Sentido: no julgamento final de Deus, aquele que
foi fiel no pouco, nos pequenos serviços da vida terrena, receberá uma grande
recompensa, como o empregado que fez as dez moedas renderem dez vezes mais; mas
o que não teve essa fidelidade, e foi preguiçoso, será castigado severamente.
“Como
foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades.” O importante
não é o tamanho do dom, mas o uso que fazemos dele. Quem desenvolve mais
receberá mais prêmio.
A
conclusão é que cada um de nós deve usar bem os dons que recebeu de Deus, sejam
quais forem, grandes ou pequenos. Assim, seremos premiados por Deus. Mais que
uma honra, nossos dons são uma responsabilidade para nós!
Havia,
certa vez, um menino que era excepcional. O pai o amava muito e costumava sair
com ele para passear na cidade.
Um
dia, eles estavam passando perto de um campo de futebol, onde havia um grupo de
crianças jogando. O garoto olhou o jogo com os olhos arregalados e disse ao pai
ao pai que queria jogar. O pai transmitiu o pedido a um dos garotos que estavam
no campo. Este olhou para os demais, como que buscando aprovação. O grupo não
disse uma palavra. Então o garoto o aceitou e colocou no seu time. O jogo
estava empatado por dois a dois.
De
repente o time adversário sofreu um pênalti. Para batê-lo, o time resolveu
chamar o garoto excepcional. Ao ver o caminhar desengonçado do menino, o
goleiro se adiantou um pouco, na certeza de que a bola não chegaria até o gol.
Entretanto, o menino chutou com toda a sua força e a bola, apesar de meio
morta, passou por cima do goleiro e entrou. A alegria do seu time foi tão
grande que o carregaram pelo campo.
Foi
o dia mais feliz daquela criança excepcional, e também de seu pai. E o resultado
foi sentido na escolinha de excepcionais que ele freqüentava.
Todos
nós temos talentos, inclusive os deficientes. O que precisamos é de amor,
apoio, confiança e de espaço para desenvolvê-los.
Maria
Santíssima usou e usa muito bem os dons que recebeu de Deus, especialmente o de
ser Mãe. Vamos pedir a ela que interceda junto de seu Filho por nós, a fim de
que façamos render dez vezes mais as nossas dez moedas de prata.
Por
que tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Pe.
Queiroz